“O anúncio [de reconhecer Jerusalém como capital de Israel] não tem lógica”, assinalou o ministro, Serguéi Lavrov, de acordo com a tradução simultânea disponibilizada numa conferência de imprensa realizada em Viena, à margem da cimeira ministerial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), citada pela agência EFE.

O ministro russo recordou que os emissários dos Estados Unidos da América (EUA) no conflito do Médio Oriente exigem uma “mudança de foco” em relação à chamada “Iniciativa Árabe” de 2002.

Esta iniciativa prevê normalizar as relações entre o mundo árabe e Israel, no caso de uma resolução do conflito com os palestinianos.

Nesse contexto, destacou Lavrov, a decisão de reconhecer Jerusalém e transferir a embaixada dos EUA para essa cidade “complica de forma significativa” o plano para normalizar as relações entre árabes e palestinianos.

“O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se hoje e espero que os EUA expliquem os próximos passos”, afirmou o ministro, que se reuniu na quarta-feira em Viena com o seu homólogo americano Rex Tillerson.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir para aquela cidade a embaixada norte-americana, num futuro próximo.

O anúncio foi recebido com grande preocupação pela comunidade internacional e com ira entre os muçulmanos, incluindo os palestinos, que exigem que Jerusalém seja a capital do seu futuro Estado.

Para hoje estão previstas várias manifestações contra o reconhecimento dos EUA relativamente a Jerusalém.