“A parte búlgara cumpriu plenamente com as suas obrigações e realizou todos os pagamentos requeridos ao abrigo deste acordo, de forma oportuna, rigorosa e em conformidade com as suas cláusulas”, reagiu a empresa búlgara ao comunicado em que a Gazprom anunciou o corte do fornecimento de gás a partir de quarta-feira, noticia a agência espanhola de notícias, a Efe, citando os meios de comunicação da Bulgária.

A Bulgária junta-se assim à Polónia, que também anunciou que a Rússia interromperá o fornecimento de gás a partir de quarta-feira, perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom, controlada por Moscovo.

O Governo da Bulgária, cujo Presidente tem prevista uma deslocação a Kiev para uma reunião com o seu homólogo ucraniano, garantiu que não há motivo para a população ficar preocupada.

“Esse cenário foi discutido em fevereiro e estamos prontos para reagir, há acordos para entregas alternativas, está tudo assegurado”, disse um porta-voz governamental à emissora NOVA, citado pela Efe.

A Bulgária, membro da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN, ou NATO na siga inglesa) e da União Europeia, tem laços estreitos e históricos com a Rússia.

O atual governo, dirigido pelo europeísta Kiril Petkov, não pôde enviar material militar à Ucrânia para apoiar o país no seguimento da invasão pela Rússia porque o Partido Socialista, herdeiro do antigo Partido Comunista e próximo da Rússia, ameaçou abandonar a coligação que sustenta o Executivo no poder se as entregas fossem feitas.

No final de março, o Presidente Russo, Vladimir Putin, tinha afirmado que os clientes estrangeiros da Gazprom, “hostis à Federação Russa”, deveriam pagar o gás importado em rublos, mas a maioria dos países da União Europeia, incluindo a Polónia e a Alemanha, não aceitou essa exigência.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.