O Congresso norte-americano já alocou fundos para o desenvolvimento de mísseis desta classe, o que significa que “a decisão está tomada”, disse Vladimir Putin, numa conferência de imprensa depois de um encontro com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

O INF, o primeiro acordo que reduziu os arsenais nucleares durante a Guerra Fria, foi assinado em 1987 e conduziu à eliminação em 1991 de todos os mísseis balísticos e de alcance médio (1.000-5.000 quilómetros) e curto (500-1.000) norte-americanos e russos, num total 2.692 mísseis.

“Se tudo for desmantelado, nada será deixado em matéria de limitação de armamento. Não haverá mais nada para além de uma corrida ao armamento”, defendeu.

Quanto à possível resposta russa, Vladimir Putin afirmou que será “muito rápido e eficaz”.

“No que diz respeito à Europa, a questão principal, se os EUA finalmente abandonarem o INF, é o que eles farão com os novos mísseis. Se forem implantados na Europa, então devemos responder simetricamente”, frisou.

O Presidente russo garantiu que caso os Estados Unidos coloquem mísseis de alcance intermédio na Europa, Moscovo vai ter que marcar as nações que os receberem.

Putin voltou a negar que Moscovo viole o tratado INF e considerou que essas acusações são uma “desculpa” usada por Washington para justificar sua renúncia ao primeiro tratado de desarmamento na Guerra Fria.

Além de lembrar que a Casa Branca nunca apresentou provas de tais violações, disse que os EUA foram os primeiros a violar o acordo para colocar na Roménia elementos estratégicos do escudo antimísseis, como o sistema de combate Aegis.

Vladimir Putin explicou que “numa questão de horas”, esses sistemas podem deixar de ser uma arma defensiva para se tornarem numa arma ofensiva, bastando apenas modificar um programa informático.

Neste sentido, expressou seu desejo de abordar esta questão com o Presidente dos EUA, Donald Trump, em 11 de novembro em Paris, onde ambos vão estar presentes para assinalar o centenário do fim da Primeira Guerra Mundial.

Os Estados Unidos anunciaram que se vão retirar do tratado assinado com a Rússia durante a Guerra Fria, disse o Presidente norte-americano, Donald Trump, acusando Moscovo de violar o acordo “há muitos anos”.

“A Rússia não respeitou o tratado. Então, vamos por fim ao acordo e desenvolver as armas”, afirmou Donald Trump, citado pela agência France Presse, depois de um comício em Elko, no Estado do Nevada, referindo-se ao tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio, assinado em 1987 pelos então presidentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbachev, respetivamente.

“Eles violam-no há muitos anos”, assegurou Donald Trump. “Não sei por que é que o Presidente Obama não o renegociou ou não se retirou [do tratado]”, acrescentou, sobre o seu antecessor democrata.

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