“Se um cidadão já foi convocado para o serviço militar ou recebeu uma convocação (para mobilização ou alistamento), o passaporte internacional será recusado”, anuncia o portal governamental, referindo que, nestes casos, “será feito um aviso ao cidadão para explicar o motivo da recusa e o prazo de validade dessa recusa”.

Os russos precisam de um passaporte internacional para viajar para a maioria dos países estrangeiros, embora se possam deslocar para países como Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão e Quirguistão com um passaporte interno, equivalente a um cartão de identidade.

O anúncio de restrições à emissão de passaportes internacionais ocorre quando muitos russos temem o encerramento da fronteira, no âmbito de uma campanha de mobilização de reservistas para enviar mais tropas para a Ucrânia.

O êxodo atingiu uma dimensão que obrigou os serviços de segurança russos a montarem um gabinete de mobilização móvel, na fronteira com a Geórgia, para intercetar aqueles que procuram sair do país.

O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que apenas aqueles que já possuem experiência militar ou competências relevantes para o exército serão mobilizados, contudo, o recrutamento de idosos, doentes e estudantes, supostamente isentos, está a provocar mal-estar entre a população.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.