O Presidente russo, Vladimir Putin, sublinhou hoje que os habitantes das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson efetuaram uma opção “inequívoca” para se unirem à Rússia e assegurou que serão protegidos por "todos os meios necessários”.

“É uma decisão inequívoca”, disse Putin num discurso prévio à assinatura dos tratados de anexação com quatro províncias ucranianas na Sala de São Jorge no Grande Palácio do Kremlin, e após os referendos denunciados por Kiev e pelos países ocidentais.

“Os habitantes de Lugansk e Donetsk, Kherson e Zaporijia vão tornar-se cidadãos russos para sempre”, garantiu o Presidente perante a elite política do país. “As pessoas votaram pelo nosso futuro comum”, acrescentou Putin, que também exortou a Ucrânia a “terminar imediatamente as hostilidades”.

“Apelamos ao regime de Kiev para um cessar-fogo imediato, para que termine todas as hostilidades e regresse à mesa das negociações”, indicou no discurso perante o Governo, os deputados e senadores, e outros representantes do Estado russo.

Antes, Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, já tinha abordado, tecnicamente, o tema, explicando que "as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk são reconhecidas pela Rússia dentro das fronteiras de 2014" e que os "territórios das regiões de Kherson e Zaporijia" ainda precisam de ter as suas fronteiras esclarecidas.

As anexações formalizadas pela Rússia aconteceram hoje, após os denominados "referendos", classificados por vários países do Ocidente como "ilegais".

A anexação oficial já era esperada após as consultas públicas – que terminaram na terça-feira - nas áreas total ou parcialmente controladas pela Rússia na Ucrânia, cujos habitantes, alega Moscovo, apoiaram esmagadoramente a anexação formal destes territórios pela Rússia.

As administrações instaladas por Moscovo nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia - país alvo de uma ofensiva militar russa desde fevereiro - alegam que os indicadores da votação no “sim” à anexação oscilaram entre os 87% e os 99%.

Kiev, Estados Unidos e os seus aliados ocidentais condenaram veementemente os referendos, que classificaram como uma "farsa", e afirmaram que não vão reconhecer a anexação dos territórios.