“A Ucrânia está a utilizar cada vez menos as suas próprias armas e cada vez mais os sistemas de armas fornecidos pelos países ocidentais”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov.
Como resultado, uma das tarefas que o lado russo se tinha proposto “foi de facto cumprida em grande medida”, referiu, citado pela agência espanhola EFE.
Peskov insistiu que a Ucrânia estava “fortemente militarizada” há um ano e meio, o que já não se pode dizer agora.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o que Moscovo continua a chamar de “operação militar especial” na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país.
A operação destinava-se também a proteger a população russófona do Donbass, no leste da Ucrânia, uma região constituída por Donetsk e Lugansk.
Putin disse, esta semana, que os objetivos da guerra tinham sido adaptados ao longo da campanha, mas sem alterações fundamentais.
O líder de Donetsk, imposto pela Rússia, Denis Pushilin, comentou as declarações do porta-voz do Kremlin, dizendo que Peskov se referia apenas às armas que a Ucrânia já tinha e que foram destruídas.
“Nesta parte, a desmilitarização foi concluída, mas isso não significa que a desnazificação não deva ser efetuada”, disse Pushilin, citado pela agência russa TASS.
Noutras declarações, citadas pela RIA Novosti, o líder pró-russo insistiu que a conclusão da desmilitarização não impedirá a Rússia de continuar a libertar territórios nas regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A Rússia anexou Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em setembro, cerca de sete meses depois do início da guerra.
Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, quando começou a guerra separatista no Donbass, com apoio russo.
Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas à Ucrânia.
A Ucrânia tem em curso uma contraofensiva nas zonas ocupadas pelas forças russas, que tem provocado baixas elevadas para os dois lados, disse hoje o Ministério da Defesa britânico.
“No sul, as forças russas conduzem frequentemente operações defensivas relativamente eficazes. Ambos os lados estão a sofrer baixas elevadas, sendo as perdas russas provavelmente as mais elevadas desde o pico da batalha de Bakhmut em março”, afirmou.
Numa avaliação diária divulgada pelo Ministério da Defesa, os Servicos secretos britânicos disseram que continuam a registar-se combates intensos, sobretudo “nas regiões de Zaporijia, na zona ocidental de Donetsk e em torno de Bakhmut”.
“Em todas estas áreas, a Ucrânia continua a realizar operações ofensivas e registou pequenos progressos”, acrescentaram.
AS informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
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