A informação foi comunicada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante a reunião de uma hora e meia que os dois dirigentes realizaram hoje por meios virtuais.
Na reunião, o Kremlin (Presidência russa) esclareceu que os EUA tinham recebido “propostas concretas destinadas a estabelecer garantias legais que garantem a segurança da Rússia”.
Durante a conversa com Xi Jinping, Putin sublinhou que a Rússia está preparada para “iniciar imediatamente as negociações sobre este assunto extremamente importante”, de acordo com uma declaração do Kremlin.
“O Presidente expressou a confiança de que os americanos e os países da NATO reagirão positivamente a estas propostas”, disse a mesma fonte do Kremlin, que acrescentou que Xi Jinping mostrou “total apoio” à iniciativa russa.
Hoje de manhã, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, recebeu a subsecretária de Estado dos Estados Unidos para os Assuntos Europeus e Eurasiáticos, Karen Donfried, que está numa visita de trabalho a Moscovo, para discutir as tensões provocadas pela concentração de forças militares russas nas fronteiras com a Ucrânia.
Na véspera destas consultas, Riabkov anunciou que apresentaria à sua interlocutora ideias concretas sobre as garantias de segurança de que Moscovo necessita para evitar que a NATO continue a aproximar-se das fronteiras da Rússia.
O Departamento de Estado norte-americano informou que o objetivo da viagem de Donfried à Europa – com paragens em Kiev, Moscovo e Bruxelas — é abordar “o aumento das capacidades militares da Rússia e o reforço do compromisso dos EUA com a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia”.
Donfried chegou a Moscovo após uma visita a Kiev, onde coordenou posições com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, com base no princípio de que “não há decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, segundo um comunicado da diplomacia ucraniana.
Essas consultas russo-americanas são as primeiras desde a cimeira virtual entre Putin e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizada na passada semana.
Entre outras condições, a Rússia exige que a NATO retire as promessas feitas em 2008 à Geórgia e à Ucrânia de que serão admitidas na Aliança Atlântica, uma das “linhas vermelhas” do Kremlin.
Moscovo também exigiu que a NATO afastasse as suas manobras militares das fronteiras russas, que fosse acordada uma distância mínima de aproximação entre os navios e aeronaves militares de ambas as partes e que fosse retomado o diálogo entre os ministérios da Defesa da Rússia, dos EUA e da Aliança Atlântica.
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