“Os deputados da Duma (parlamento) estatal apelam à Assembleia Geral da ONU, aos políticos e aos parlamentares dos países de todo o mundo para condenarem veementemente as ações perigosas dos Estados Unidos e da NATO”, disse o presidente da Comissão de Assuntos Internacionais, Leonid Slutski, numa declaração lida na assembleia.

Os deputados lamentam que “os esforços da Rússia, que há oito anos se opõem ao genocídio da população da região do Donbass, se revelem infrutíferos”, disse Slutsky.

Na declaração é afirmando que “as ações irresponsáveis dos países da NATO, que fazem entregas massivas de armas letais à Ucrânia e enviam mercenários estrangeiros”, levaram os cidadãos ucranianos a procurar “proteção e assistência” na Rússia, de acordo com o texto, citado pela agência de notícias Interfax.

“As forças que levaram a cabo um golpe de Estado na Ucrânia em 2014 abandonaram finalmente a resolução pacífica do conflito intra-ucraniano”, acusam ainda os deputados.

O apelo será enviado a todos os parlamentos “sem exceção em todos os continentes” e “também será lido na sessão da Assembleia Geral da ONU”, disse Slutsky numa entrevista ao canal de televisão Rossiya-24.

Também hoje, o senado russo aprovou uma lei que simplifica a obtenção da cidadania russa para estrangeiros que assinem um contrato de serviço militar.

Esta é uma das muitas medidas que estão a ser promovidas no âmbito da “mobilização” anunciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que estipula que milhares de pessoas, reservistas, serão convocadas para o serviço militar.

“Muito provavelmente, mais pessoas serão convocadas das regiões ocidentais e centrais da Federação Russa”, explicou o chefe do Comité de Defesa da Duma, Andrei Kartapolov, acrescentando que “cada indivíduo receberá uma ordem com base nas suas capacidades”.

Por seu turno, o primeiro vice-presidente da Comissão de Construção e Habitação da Duma, Vladimir Koshelev, salientou que será apresentado um projeto de lei no final da semana para pagar as hipotecas e automóveis dos cidadãos mobilizados, de acordo com a agência de notícias TASS.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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