O embargo limita a entrada no país de produtos agrícolas, matérias-primas e géneros alimentícios provenientes de países que impuseram sanções à Rússia na sequência da anexação ilegal da península ucraniana da Crimeia, em março de 2014.
O decreto prevê a prorrogação das “medidas económicas especiais” aprovadas em 06 de agosto de 2014, “com o objetivo de garantir a segurança da Federação Russa”.
As medidas passam a vigor até 31 de dezembro de 2024, segundo o decreto presidencial, citado pela agência espanhola EFE.
Putin, que ordenou a anexação de mais quatro regiões ucranianas há um ano, tinha prorrogado o embargo anteriormente em outubro de 2022, oito meses depois da invasão russa da Ucrânia.
O Ocidente impôs as primeiras sanções à Rússia após a anexação da Crimeia, que reforçou após o início do conflito armado no leste da Ucrânia e o apoio de Moscovo às milícias pró-russas de Donetsk e Lugansk.
A Rússia respondeu com sanções que limitam a importação de uma série de bens produzidos nos países que Moscovo considera hostis.
No final de setembro, a Rússia anexou as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, numa decisão também considerada ilegal pela Ucrânia e pela generalidade da comunidade internacional.
A Rússia impôs o embargo alimentar pela primeira vez em agosto de 2014 contra a União Europeia, os Estados Unidos, a Austrália, a Noruega e o Canadá.
Seguiu-se, em 2015, a Albânia, o Montenegro, a Islândia e o Liechtenstein e, em 2016, a própria Ucrânia.
Além da carne, dos produtos lácteos, do peixe, dos produtos hortícolas e da fruta, Moscovo acrescentou, em 2017, os suínos vivos e vários subprodutos animais e gorduras.
O líder da Rússia ordenou posteriormente que todos os produtos perecíveis ocidentais que entrassem ilegalmente no mercado russo fossem destruídos.
Putin admitiu que o embargo constitui, na realidade, uma medida protecionista para salvaguardar o mercado agroalimentar russo, que não consegue competir com as exportações ocidentais.
Muitos produtores russos defendem que o embargo ao Ocidente deve vigorar pelo prazo mais longo possível, acrescentou a EFE.
Comentários