“Hoje, os nossos colegas manifestaram o interesse do Governo húngaro numa nova compra de gás natural este ano. Este pedido será imediatamente transmitido e estudado”, declarou Lavrov em conferência de imprensa.

O chefe da diplomacia húngara deslocou-se hoje a Moscovo para discutir a compra de 700 milhões de metros cúbicos suplementares de gás natural, indicou o partido Fidesz do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán.

Szijjártó deve igualmente encontrar-se com o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, o homem forte do setor da energia na Rússia.

Esta deslocação surge um dia após a apresentação por Bruxelas de uma proposta para reduzir em 15% o consumo de gás natural, na sequência da queda das entregas russas, e tentar autonomizar-se de Moscovo.

A Hungria, um país da Europa central sem acesso ao mar, importa da Rússia 65% do seu petróleo e 80% do seu gás, e tem manifestado inquietação perante o risco de escassez, expresso na declaração do “estado de emergência” na semana passada.

Viktor Orbán, que condenou a ofensiva russa contra a Ucrânia, mantém uma posição ambígua face à Rússia.

O líder húngaro votou a aplicação de sanções ao lado dos seus parceiros da União Europeia (UE), mas bloqueou durante semanas um projeto de embargo ao petróleo russo, referindo-se a uma “bomba atómica” contra a sua economia e antes de obter uma situação de exceção sobre o envio desta matéria-prima através de oleoduto.

De seguida, não cessou de associar a deterioração da situação económica e social na Hungria à política de sanções imposta por Bruxelas.

A UE “disparou uma bala nos seus pulmões”, assinalou na passada sexta-feira, apelando aos dirigentes da União para alterarem a sua posição.

Durante a conferência de imprensa de hoje, Lavrov também elogiou as relações entre Moscovo e Budapeste.

“Aprecio efetivamente as nossas relações. As nossas conversações de hoje confirmaram a sua natureza duradoura e estratégica. E vamos desenvolvê-las de todas as formas possíveis”, afirmou Lavrov.

“A Rússia não permitirá que as sanções europeias interfiram na nossa cooperação, e procuraremos as soluções para tornar a nossa relação em todos os domínios impermeável aos caprichos e tentativas de punição”, acrescentou.