O regulador Roskomnadzor bloqueou o website do canal euronews.com e a sua versão russa ru.euronews.com a pedido do Ministério Público, avançam as agências de noticias citadas pela Agence France Presse (AFP).

A razão para o bloqueio não foi especificada mas, desde a invasão à Ucrânia, o governo russo tem reforçado consideravelmente o seu controlo sobre as notícias transmitidas na Internet, uma das últimas áreas de livre expressão no país.

Muitos meios de comunicação social russos e estrangeiros, incluindo a BBC, foram proibidos de aceder à internet e as redes sociais americanas Facebook e Instagram foram hoje declarados “extremistas” por um tribunal de Moscovo, segundo a AFP, que recorda que o acesso ao Twitter também tem sido restringido.

Na semana passada, Roskomnadzor acusou o gigante americano Google e o seu serviço de vídeo YouTube de atividades “terroristas”, sendo este considerado o primeiro passo para um possível bloqueio.

Entretanto, desde o início do mês, as autoridades passaram a prever dois novos crimes: um por divulgar informações “desacreditando” o exército russo e outro por divulgar informações “falsas” sobre as tropas russas.

Esta última infração implica penas até 15 anos de prisão e é particularmente preocupante para os opositores e meios de comunicação independentes, que receiam ser processados por reportagens realizadas sobre a guerra que começou a 24 de fevereiro.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.