A cidade de Kherson tem sido o foco de maior tensão na guerra da Ucrânia, pelo menos nas últimas semanas e levou mesmo a que o governo de Vladimir Putin, líder da Rússia, tomasse a decisão de recuar de um território que anexaram em setembro último.

Quilómetro após quilómetro, os ucranianos vão avançando no sentido do centro de Kherson e nas últimas semanas progrediram mais sete quilómetros, estando agora a 16 dos limites desta cidade portuária.

E, apesar das ordens do ministério russo para uma retirada em massa, tem sido aqui que se têm registado os principais confrontos entre tropas inimigas. Segundo relatos de vários órgãos de comunicação, que acompanham a guerra in loco, o facto dos soldados de Vladimir Putin serem cada vez mais uma minoria em Kherson, leva a que estes fujam quando a batalha se intensifica. E os resultados práticos desta fuga traduzem-se em mortos e feridos deixados para trás.

“Eles retiram-se porque sofrem perdas, perdas muito pesadas. Além disso, nem levam os corpos dos seus soldados e deixam os feridos para trás. Estamos constantemente a atacar. Eles não têm escolha a não ser recuarem para além do Rio Dniepre, onde estão a concentrar todas as suas forças", confessou um soldado russo ao jornal The Telegraph.

Esta retirada, à pressa, tem sido feita, sobretudo, durante as últimas noites. E à medida que o fazem, após a passagem dos seus soldados, são destruídos os principais acessos à margem esquerda do Rio Dniepre, onde as tropas de Vladimir Putin estarão a reagrupar-se. Na última noite, por exemplo, foi destruída a ponte Antonivka, que os observadores consideram ser a travessia do rio Dnipro mais importante para as áreas controladas pelos russos, sendo também a única ponte nas proximidades da central hidroelétrica de Kakhovka, que fornece energia à cidade de Kherson.

É ponto assente que à medida que os dias vão passando, há cada vez menos tropas russas em Kherson. Tal como também há menos acessos terrestres à tal margem esquerda do Rio Dniepre. Segundo os últimos relatos, além da ponte Antonivka, também nas últimas horas foram destruídas mais duas, uma perto da vila de Kakhovka e outra em Cherson.