Vestidos com t-shirts negras com a inscrição em letras maiúsculas “killer e guilty [assassino e culpado]”, e com máscaras com a cara de Putin em que se lia “I am a war criminal [eu sou um criminoso de guerra]”, os manifestantes, que recusaram identificar-se por medo, contaram que na Rússia se vive um “regime terrorista, de propaganda e de censura”.
Por este motivo, contaram, decidiram viver em Portugal, juntamente com as suas famílias.
Querendo “marcar uma posição em relação a Putin”, os cerca de 15 manifestantes que estavam sentados na Fonte da Batalha referiram que os russos, “na sua grande maioria”, não concordam com as políticas de Putin, mas aceitam-nas por medo.
“Vive-se realmente um clima de medo na Rússia, não se pode falar sem estar constantemente com medo”, contou à Lusa Tim, que decidiu dar um nome fictício por temer represálias.
E acrescentou: “Vim para Portugal porque não quero que os meus filhos cresçam naquele clima de medo, propaganda e censura”.
Já sobre a ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia, o grupo de ativistas atribuiu a total responsabilidade a Putin.
O conflito já causou, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Além deste protesto no Porto, sob o lema “Putin é um assassino”, haverá um outro em Portugal, às 17:00, na Praça dos Restauradores, em Lisboa.
Também comunidades russas noutros países, desde os Estados Unidos a membros da União Europeia, têm protestos agendados para hoje, quando faz três anos que o líder da oposição e ativista russo Alexei Navalny foi envenenado.
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