Em comunicado, a companhia irlandesa refere que tomou “todas as medidas” necessárias para minimizar os efeitos da greve sublinhando que suspendeu cerca de 400 voos marcados para hoje nos países onde os trabalhadores estão a cumprir a paralisação.
“A maioria dos clientes afetados foram desviados para outros voos da Ryanair”, indica a companhia.
De acordo com os sindicatos dos pilotos a greve vai afetar 67 mil passageiros apesar de a Ryanair referir que o número de clientes afetados pela paralisação ronda os 55 mil, não tendo disponibilizado dados específicos para cada país.
“Apesar de a greve de 10 de agosto, sexta-feira, ser lamentável e desnecessária em cinco dos nossos 37 mercados (países), mais de dois mil voos — 85% do nosso programa — vão operar com normalidade no transporte de quase 400 mil passageiros em toda a Europa”, diz ainda a companhia irlandesa.
No comunicado, a empresa pede aos sindicatos e aos pilotos que “continuem a negociar” em vez de “convocarem greves desnecessárias”.
A greve é apoiada pela Associação Sueca de Pilotos (SPF), pelos pilotos inscritos na Federação Sindical Belga (CN), pelo sindicato alemão Vereinigung Cockpit (VC), pelo sindicato holandês VNV-Dutch e pela Associação de Pilotos Irlandeses (Ialpa) que já organizou quatro paralisações na Irlanda desde o dia 12 de julho.
A Ryanair confirmou esta semana que cancelou 104 voos com destino e partida da Bélgica, 22 na Suécia e 20 na Irlanda e contactou quase 25 mil clientes afetados para a devolução do dinheiro despendido em bilhetes e indicar rotas alternativas.
O sindicato alemão (VC) decidiu na quarta-feira unir-se à mobilização dos trabalhadores irlandeses, suecos, belgas provocando a suspensão de 250 voos com destino ou origem na Alemanha.
Os pilotos holandeses decidiram quinta-feira juntar-se à paralisação.
Entretanto os pilotos da Ryanair concentram-se hoje no aeroporto de Charleroi, sul de Bruxelas, para denunciarem a atitude da direção da companhia por ter recusado instaurar o diálogo social alegando que as petições “são legítimas”.
“Nós não pedidos aumentos salariais, pedimos a aplicação da legislação nacional em cada país onde a Ryanair opera. É um pedido legítimo”, disse um dos pilotos presente na concentração belga.
Os pilotos que se encontram baseados na Bélgica reclamam concretamente o direito à antiguidade e à possibilidade de acesso ao subsídio de desemprego no país, caso venham a necessitar.
As paralisações em curso são o primeiro protesto conjunto dos pilotos que pedem negociações desde o princípio do ano sobre salários e condições laborais.
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