O ex-secretário-geral do PSOE Pedro Sánchez ganhou as “primárias” dos socialistas espanholas com 49,77% dos votos dos militantes, à frente de Susana Díaz com 40,32%, quando estão escrutinados mais de 90% dos votos.

A presidente da Comunidade Autónoma da Andaluzia, Susana Díaz, não esperou pelo fim do escrutínio e já telefonou a Pedro Sánchez para o felicitar pela vitória.

Segundo os últimos dados revelados pelos socialistas espanhóis, quando já estão contados 90,02% dos votos, Pedro Sánchez tem a preferência de 49,77% dos que votaram e Susana Díaz 40,18%. O terceiro candidato, Patxi López teve 10,05% dos votos escrutinados até agora.

Pedro Sánchez vai assim suceder a si próprio oito meses depois de se ter demitido de líder do partido em choque com os “barões” regionais do PSOE.

Daqui a quatro semanas, o congresso do PSOE vai confirmar o nome do novo secretário-geral que irá tentar que os socialistas voltem a ser uma alternativa credível de Governo que neste momento pertence ao Partido Popular (direita).

A primeira consequência da vitória de Pedro Sánchez foi a demissão de Antonio Hernando, porta-voz do PSOE no Congresso.

Pedro Sánchez, ex-secretário-geral do PSOE demitiu-se do cargo em 1 de outubro do ano passado, depois de uma maioria de dirigentes nacionais do partido terem chumbado a sua estratégia de recusar determinantemente um Governo do PP.

À época, os socialistas acabaram por viabilizar, através da sua abstenção no parlamento, o atual governo minoritário de direita do PP, liderado por Mariano Rajoy. Uma comissão de gestão dirigiu o PSOE desde a demissão de Pedro Sánchez.

Nas eleições legislativas de dezembro de 2015 e na repetição feita em junho de 2016, Pedro Sánchez obteve os piores resultados do PSOE desde o início da transição democrática espanhola (1977). O Partido Popular (direita) foi o partido mais votado nas últimas eleições legislativas espanholas, realizadas em 26 de junho de 2016, com 33,0% dos votos, seguido pelo PSOE com 22,7%, Unidos Podemos (extrema-esquerda) com 21,1% e Cidadãos (centro) com 13,0%.

Estes números parecem não melindrar os militantes socialistas, que voltam a colocar Sánchez na liderança do partido

O novo líder vai agora ter a difícil tarefa de tentar unir um partido muito dividido e em crise de identidade, assim como acontece em muitos partidos socialistas ou social-democratas em toda a Europa.