“A situação está a evoluir de acordo com o princípio de um ‘boomerang’: as consequências negativas afetaram precisamente os países que promoveram as restrições sancionatórias”, escreveu Novak, responsável pelo setor da energia, num artigo numa revista do setor, citado pela agência Efe.
O vice-primeiro ministro assinalou que a elevada volatilidade e o aumento dos preços nos recursos energéticos foram a “resposta imediata” à incerteza causada pelas sanções impostas a Moscovo.
“Como resultado, os preços dos principais recursos energéticos atingiram máximos recorde em março numa questão de horas”, acrescentou.
Segundo Novak, a União Europeia (UE) pretende prescindir de gás e gasóleo russos a curto prazo sem ter assegurado abastecimentos alternativos.
“Os principais intervenientes no setor concordam que será difícil substituir totalmente o petróleo e o gás russos dentro de cinco a dez anos”, apontou.
“Devido à turbulência criada no mercado dos recursos energéticos pelos próprios europeus, os políticos da UE precisam agora de procurar urgentemente fontes de energia alternativas às da Rússia”, disse ainda, assegurando que não há atualmente uma alternativa racional aos fornecimentos russos.
Para Novak, é “impossível falar de uma segurança energética” na Europa sem os recursos russos, dada a quota de mercado.
A UE adotou cinco pacotes de sanções contra a Rússia desde 22 de fevereiro.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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