O documento foi aprovado por maioria, com sete votos favoráveis do PSD e quatro contras do PS, que o critica por não prever "ações mobilizadoras concretas" e por se fazer de propostas que "não passam de meras intenções".

O presidente da Câmara, Emídio Sousa, defende, contudo, que em causa está "um orçamento ambicioso, que se situa na casa dos 70 milhões de euros e no qual uma grande fatia do investimento é para reabilitação da rede viária do concelho", numa "extensão aproximada de 100 quilómetros".

O documento que a autarquia cedeu à Lusa para consulta não especifica que valores serão afetos a cada área de intervenção municipal, mas Emídio Sousa enumera as ações que considera mais relevantes para 2019, a começar pela "terceira fase da construção dos Passadiços do Rio Uíma", que no próximo ano passará a contar com um novo troço de quatro quilómetros entre Fiães e as Caldas de São Jorge.

Outra medida anunciada é o lançamento de três concursos públicos, o primeiro dos quais para criação das piscinas municipais de Canedo. O segundo destina-se à construção do Eixo das Cortiças, "uma ambição com mais de 20 anos" que pretende ligar em trajeto rápido as zonas industriais das freguesias de Santa Maria de Lamas, Lourosa e Fiães, e o terceiro permitirá converter a antiga Escola EB23 Fernando Pessoa num centro escolar no centro da Feira, após uma permuta de terrenos longamente negociada com o Governo.

Mais rápida deverá ser a reabilitação da Escola Básica e Secundária Coelho e Castro, que já está em obra em Fiães e que o autarca quer concluir em 2019.

Ainda ao nível da Educação, Emídio Sousa anuncia o alargamento das aulas da formação em programação de computadores a mais alunos do 1.º Ciclo, a distribuição (já iniciada) de 700 'tablets' por todas as escolas do concelho e a capacitação de maiores de 18 anos no mesmo domínio informático, com recurso a um protocolo com o Instituto Superior de Engenharia do Porto.

Quanto a desporto, os destaques vão para a conclusão do Pavilhão Desportivo de Mozelos, que o autarca quer em funcionamento em 2019, e para a reabilitação da pista de atletismo de Sanfins, que, em parceria com a junta local e o Clube Desportivo Feirense, "será aberta a todos os praticantes do concelho".

Os vereadores do PS alegam, no entanto, que o orçamento que o PSD se compromete a realizar "acaba por corresponder, no essencial, a políticas de continuidade e promessas vãs".

Os socialistas realçam, aliás, que a generalidade do documento "corresponde a promessas por cumprir no mandato anterior" e, entre essas, destaca "o investimento na requalificação do parque escolar, a criação de ciclovias que tarde ou nunca aparecem, a construção do(s) centro(s) coordenador(es) de transportes, a requalificação das zonas industriais, a construção do Eixo das Cortiças e a requalificação do parque habitacional municipal".

A vereação do PS nota ainda que a taxa de execução das despesas de capital "é baixa", que o orçamento "aumenta dois milhões à boleia do aumento da receita de IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis]" e que a Feira continua a estar "no Top 3 dos municípios com impostos mais altos no distrito de Aveiro".