“Fui presidente de câmara e vereador em Lisboa por gosto. É o trabalho na vida política de que mais gostei dos vários cargos que já desempenhei. É fantástico o trabalho autárquico. Por essa razão admito que isso volte a acontecer, ser candidato a uma câmara”, pelo PSD, disse, em entrevista ao DN.

Fundador e ex-presidente da Aliança, Santana Lopes desfiliou-se do partido que criou em 2018, justificando que “chegou o momento” de sair, na noite das presidenciais, em 24 de janeiro.

Em meados de dezembro, o presidente do PSD jantou com Pedro Santana Lopes num gesto de “reaproximação” entre os dois, mas Rui Rio afastou qualquer “intenção política”, tendo recusado responder se seria um bom candidato autárquico ou até se gostaria de o ver regressar ao partido.

Agora, o próprio Santana afirma, nesta entrevista ao DN, que "há muita gente do PSD" a a escrever-lhe "todos os dias" a pedir-lhe: "‘Volte a casa’ ou ‘tens de voltar a casa’."

O advogado, que já foi presidente da câmara da Figueira da Foz e de Lisboa, defendeu que “se houver juízo”, as autárquicas no final do ano deveriam ser adiadas por seis meses, e acrescentou que “em circunstâncias normais, sim”, seria candidato pelo seu antigo partido.

E é preciso pensar “com tempo” o adiamento das eleições locais, dado que, “por muito que sejam conhecidos os candidatos têm de ir correr as capelinhas todas” e “isso é impossível nas circunstâncias atuais” de crise epidémica, como aconteceu nas presidenciais em que quase não houve campanha de rua.

Sobre a atual situação se crise, sob os efeitos da pandemia de covid-19, Pedro Santana Lopes é da opinião que este é “um tempo tão grave” que deveria “existir um governo de emergência nacional, respeitando os resultados das eleições legislativas”.

“Ouvi o primeiro-ministro a reconhecer que a situação não é má, é péssima. É preciso uma grande mobilização nacional”, afirmou.

Aos 64 anos, Pedro Santana Lopes também não exclui vir a concorrer às presidenciais de 2026, afirmando: “Não sou hipócrita, nunca excluo completamente.”