Na Trofa, para uma sessão de esclarecimento, o ex-primeiro-ministro salientou que "nunca" viu uma coligação como aquela que possibilitou uma solução de Governo à esquerda "onde se ofendem tanto uns aos outros".
Confrontado com a exigência da líder do BE, Catarina Martins, feita na quinta-feira em Braga, para que o Governo "ponha na mesa" a renegociação da dívida, Pedro Santana Lopes afirmou que esse caminho seria "contraproducente" e que Portugal tem é que provar que cumpre os seus compromissos.
"Devo dizer-lhe que eu nunca vi uma coligação assim, onde se ofendem tanto uns aos outros. Dizer o que diz a líder do BE sobre o Partido Socialista é grave, que é por em causa a honra e integridade dos membros do Governo e isso, com toda a franqueza, ninguém gosta de ouvir", afirmou Santana Lopes, referindo-se à acusação de Catarina Martins que afirmou que o PS é "permeável" aos interesses económicos.
"Há ali um conceito de relacionamento entre estes dois partidos que me faz confusão e que me leva a convencer-me cada vez mais de que a preocupação é a sobrevivência no poder seja a que custo for mas isso não dura muito tempo", disse.
Segundo o candidato à liderança do PSD, "normalmente a desagregação quando é assim é mais rápida do que as pessoas pensam, apesar de o PPD/PSD não ter interesse rigorosamente nenhum em que a legislatura não cumpra o prazo previsto".
"Mas eu cada vez acredito menos nisso", finalizou.
Sobre a renegociação da dívida pública, Santana Lopes afirmou que não é esse o caminho que defende: "Temos que continuar a dar provas de que cumprimos, de que conseguimos fazer a recuperação (...) e não tratarmos do assunto sozinhos, isso assustaria logo os mercados e levaria a subir as nossas taxas de juro, isso seria muito contraproducente", defendeu.
Para Santana Lopes as preocupações do Governo têm que ser outras.
"Temos é que mostrar que somos cumpridores, que fazemos bem o nosso trabalho e que a economia cresce, isso é que a maioria se devia preocupar e não tomar medidas que afugentem o investimento e diminuam o crescimento", aconselhou.
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