O presidente do BPI declarou que um administrador terá passado informação privilegiada para um acionista, depois de a assembleia-geral de hoje ter sido suspensa na sequência de uma providência cautelar apresentada pelo acionista Violas Ferreira.
Na conferência de imprensa que se seguiu à suspensão da assembleia-geral, na qual iriam ser votadas duas propostas para desblindagem dos estatutos do banco em relação ao limite de votação de 20%, o presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, sublinhou que “os administradores têm que guardar total confidência do que se passa, portanto houve um administrador que passou informação, neste aspeto privilegiada, para fora, para um acionista”.
Questionado sobre se o Conselho de Administração iria agir em relação a esta situação, Santos Silva escusou-se a responder: “Não vou, neste momento, fazer nenhumas leituras”.
As declarações de Santos Silva surgem na sequência da suspensão por 45 dias da assembleia-geral de hoje, no Porto, depois de apresentada uma providência cautelar contra a proposta da administração para a desblindagem dos estatutos com base no facto de o projeto de ata apresentado aquando da convocatória para a assembleia-geral não ter sido ainda aprovado pelo Conselho de Administração, o que levou à aceitação da ação judicial.
"Nós não fomos ouvidos. Se tivéssemos sido ouvidos penso que isto não tinha acontecido. Isto foi decretado pelo juiz sem nós termos sido ouvidos. O que é possível, nestes instrumentos. A providencia cautelar foi solicitada [na quinta-feira] e obtida [na quinta-feira]", acrescentou.
Santos Silva explicou que o procedimento normal da administração é aprovar as atas na reunião seguinte, que, neste caso, vai ter lugar na próxima terça-feira.
“As nossas atas são extremamente detalhadas e são aprovadas numa reunião subsequente do conselho”, disse o presidente do Conselho de Administração.
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