Na embaixada de Portugal em Bruxelas, Augusto Santos Silva e vários secretários de Estado e responsáveis da administração pública tiveram uma “reunião de trabalho” com membros da comunidade portuguesa na Bélgica, a primeira de um ciclo de encontros “in loco”, “nas quais as pessoas podem identificar questões e essas questões podem ser abordadas conjuntamente, em diálogo, entre a administração pública de um lado, e as comunidades, os seus representantes e os seus dirigentes associativos do outro”, apontou o ministro.
No “diálogo” de hoje, o ministro ouviu queixas sobre o funcionamento dos serviços consulares em Bruxelas, face à falta de meios, que Santos Silva, com o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, a seu lado, disse estar a ser colmatada.
“Em primeiro lugar, nós temos reduzido os tempos de espera e vamos continuar a reduzir. Em segundo lugar, reforçámos os meios disponíveis para a embaixada e a sua secção consular. Isso significou a colocação aqui de um novo ministro-conselheiro com a responsabilidade na área consular, a colocação de um novo chanceler responsável pelo conjunto dos serviços consulares e a contratação de técnicos superiores e intermédios para o apoio à embaixada e a sua secção consular”, declarou o ministro.
Santos Silva elogiou ainda, uma vez mais, “o enorme empenhamento” dos funcionários consulares e diplomatas “em prestar o melhor serviço possível e estarem o mais próximo possível das comunidades, mesmo em condições que dadas as características conhecidas de todos da conjuntura que o país vive não são as condições melhores, seja do ponto de vista dos recursos humanos, seja do ponto de vista dos recursos físicos e financeiros”.
Em declarações à Lusa, o conselheiro das comunidades portuguesas na Bélgica, Pedro Rupio, aplaudiu a iniciativa dos “diálogos com as comunidades” mas manifestou-se “desiludido” com o anúncio de Santos Silva, pois, sustentou, não resolve o "grande problema" do atendimento ao público.
“Fico satisfeito com a iniciativa mas fiquei bastante desiludido porque estava à espera que hoje fosse anunciado algo de novo. O que foi dito é aquilo que me é repetido já há cerca de um ano: a contratação de técnicos superiores, de chanceler, de conselheiros, mas ninguém para trabalhar no atendimento ao público, e esse é que é atualmente o grande problema da comunidade portuguesa”, lamentou.
Os “Diálogos com a Comunidade” são uma iniciativa lançada pelo Governo, no quadro da qual membros do Governo e da administração pública vão começar a deslocar-se a diferentes países ao encontro das comunidades portuguesas para contactar com os emigrantes e responder a dúvidas e preocupações.
Neste “diálogo” em Bruxelas participaram, além do MNE e do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade; a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto; a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino; a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho, e do vice-presidente do Instituto da Segurança Social, Gabriel Bastos, entre outros.
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