Segundo um comunicado divulgado quinta-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, no encontro vai ser abordado o seguimento das conclusões da Cimeira luso-espanhola, a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’), as migrações e as interconexões energéticas e ainda a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os interesses partilhados na América Latina, nomeadamente a atual situação na Venezuela.
No final do encontro os dois ministros darão uma conferência de imprensa conjunta, refere o comunicado.
O encontro entre os dois chefes da diplomacia realiza-se ainda cerca de sete semanas depois dos dois países terem anunciado que iriam apresentar uma candidatura conjunta à UNESCO a propósito da primeira viagem de circum-navegação da Terra.
O anúncio da candidatura a património da humanidade foi feito em Madrid a 23 de janeiro.
Um relatório da Real Academia de História (RAH) de Espanha, elaborado a pedido do diário ABC, divulgado no passado fim de semana por este jornal conservador, defende que a primeira viagem de circum-navegação da Terra foi um projeto total e exclusivamente espanhol.
Antes desse anúncio, o mesmo jornal tinha avançado que, numa candidatura inicial da rota de Fernão de Magalhães apresentada por Portugal à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), o Governo português teria apagado o império espanhol da história ao quase não fazer referência ao nome de Sebastião Elcano ou ao papel preponderante de Espanha na realização da viagem.
Fernão de Magalhães, que planeou a viagem que acabou por ser financiada pelo reino de Espanha, não terminou a expedição, uma vez que foi morto nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, tendo esta sido concluída pelo navegador espanhol Sebastião Elcano.
Na quinta-feira, o embaixador de Portugal em Espanha, Francisco Ribeiro de Menezes, defendeu em Madrid que a controvérsia levantada sobre a autoria da primeira viagem de circum-navegação da Terra é da responsabilidade de ‘fake news’.
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