Citada pela agência Ecclesia, a porta-voz da instituição, Carmo Rodeia, refere que "o Santuário reitera que as questões relacionadas com a manutenção dos postos de trabalho são determinantes. Para além dos trabalhadores que pretendam aderir aos incentivos em curso para desvinculação voluntária, não está previsto um plano de despedimentos" no Santuário.
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa esteve hoje reunido para discutir a situação e manifestou solidariedade para com os responsáveis do local. Em nota publicada no site é referido que "não há despedimentos dos funcionários do Santuário".
"Trata-se de enfrentar os próximos tempos, que continuarão marcados por forte pandemia, através de medidas de reforma do tempo de trabalho ou sua antecipação, de acordos mútuos, em todo o caso sempre por iniciativa dos funcionários", foi frisado.
A nota oficial do Santuário de Fátima refere ainda que "graças ao generoso contributo dos peregrinos", a instituição "não está, como nunca esteve, em falência nem numa situação de insolvência", sendo afirmado que "todas as medidas definidas e tomadas visam manter uma gestão rigorosa, equilibrada e profissional para garantir preventivamente a sustentabilidade do Santuário de Fátima no futuro".
O Santuário de Fátima afirmou ainda que "tem sido alvo de uma reiterada campanha difamatória que atinge a credibilidade da Instituição e a integridade moral dos seus corpos dirigentes", na sequência das notícias que davam conta do despedimento de até 50 trabalhadores.
O comunicado destaca, contudo, as "quebras graduais e sem precedentes no número de peregrinações organizadas" à Cova da Iria, na ordem dos 99%, por causa da pandemia, que provocou uma quebra de 77% dos donativos.
Devido à situação, "à semelhança do que acontece com todas as outras entidades no nosso país, o Santuário viu-se obrigado a rever responsavelmente as suas opções orçamentais", foi explicado.
Todavia, o Santuário de Fátima referiu que, durante o primeiro semestre deste ano, os custos fixos do local "mantiveram-se inalterados e outros até cresceram". Neste sentido, a instituição católica lembra ainda que "foram honrados todos os encargos com trabalhadores sem recorrer a qualquer medida de apoio externo"; o "pagamento integral e pontual a fornecedores, no prazo máximo de 30 dias", foi garantido, e "concederam-se apoios financeiros a instituições de solidariedade social, a famílias carenciadas e à Igreja em Portugal, nomeadamente à diocese de Leiria-Fátima, num total de 780.871 €".
No que diz respeito à função social, o Santuário refere que no "período da pandemia aumentou em 60% os apoios a famílias e pessoas carenciadas".
No final do comunicado, o Santuário de Fátima aponta ainda que "desde 2006 as suas contas são devidamente auditadas por entidade externa", sendo "uma instituição da Igreja, que pauta a sua conduta por um rigor de gestão".
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