Os casos de inflamação grave do fígado foram detetados em 25 estados e territórios dos EUA e as crianças afetadas têm uma média de idades de apenas dois anos, referiu fonte dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, em inglês), em conferência de imprensa.
A mesma fonte referiu fora do país, principalmente na Europa, foram identificados mais de 200 casos.
Devido à idade, a maioria das crianças afetadas não eram elegíveis para serem vacinadas contra a covid-19, esclareceu.
“A vacinação contra a covid-19 não é a causa” desta doença, garantiu Jay Butler, vice-diretor dos CDC responsável por doenças infecciosas, numa tentativa de acabar com os rumores que circulam na Internet.
Jay Butler adiantou ainda que a infeção por covid-19 não foi descartada como uma causa provável.
Os CDC estão a analisar, no entanto, o rasto de um certo tipo de adenovírus, que são bastante comuns, mas que não eram conhecidos por causar casos de hepatite em crianças saudáveis.
Foi confirmado que mais da metade das crianças afetadas nos Estados Unidos testaram positivo para o chamado adenovírus “tipo 41”.
“Os investigadores aqui e em todo o mundo estão a trabalhar o mais afincadamente possível para determinar a causa”, assegurou.
Os casos nos EUA ocorreram nos últimos sete meses e 14% das crianças afetadas tiveram que receber um transplante de fígado.
“Sabemos que esta notícia pode ser preocupante, especialmente para os pais de crianças pequenas. É importante lembrar que esta hepatite grave é rara”, vincou Jay Butler.
Apesar de mais de 90% das crianças terem sido hospitalizadas, na maioria dos casos estas recuperaram.
Portugal já registou seis casos suspeitos de estarem incluídos no surto de hepatite infantil aguda identificado pela Organização Mundial de Saúde, dos quais dois ainda estão em investigação, contabilizou esta sexta-feira a Direção-Geral de Saúde.
O surto “de origem desconhecido” foi anunciado pela OMS a 15 de abril e afeta crianças com idades entre um e 16 meses, com inflamação do fígado e “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.
A OMS registou 228 casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças em 20 países de várias partes do mundo, afastando, por isso, a sua ligação a uma área geográfica específica.
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