"Estou preocupado", declarou à emissora CNBC o ex-adversário de Donald Trump nas primárias republicanas de 2016, que hoje se tornou um aliado do presidente. "Isto tudo é muito volátil", continuou, ao comentar as eleições de 3 de novembro.

"Se as pessoas voltarem ao trabalho, se estiverem otimistas sobre o futuro, poderíamos ter uma eleição fantástica: o presidente é reeleito com grande margem, os republicanos ganham em ambas as Câmaras do Congresso", analisou Cruz.

Ao invés, o senador também comentou a possibilidade de um fracasso republicano devastador nas urnas similar ao que o partido sofreu após o escândalo Watergate, que provocou a renúncia do presidente Richard Nixon em 1974. Nas eleições legislativas desse ano, os democratas consolidaram com folga maiorias no Senado e na Câmara de Representantes. E, em 1976, o sucessor de Nixon, Gerald Ford, foi derrotado pelo democrata Jimmy Carter.

"Se no dia da eleição as pessoas estiverem com raiva, sem esperança e deprimidas, acredito que poderá ser uma eleição terrível", opinou Cruz. "Acho que poderíamos perder a Casa Branca e ambas as Câmaras do Congresso, o que poderia ser um banho de sangue de dimensões do Watergate", continuou.

Trump surge atrás do candidato democrata à presidência, Joe Biden, nas sondagens mais relevantes.

Espera-se que a Câmara de Representantes continue nas mãos dos democratas, que passaram a controlá-la após as eleições intercalares de 2018.

Os republicanos têm uma vantagem de 53 para 47 no Senado, mas esta maioria está ameaçada pelo facto de muitos candidatos democratas liderarem as intenções de voto em diversos estados-chave que atualmente são controlados pelos republicanos.

Os Estados Unidos são o país mais atingido do mundo pela pandemia da covid-19, responsável por mais de 212.000 óbitos e pela perda de milhões de empregos.

A gestão da pandemia por parte da administração Trump é um dos temas mais amplamente criticado nas sondagens.