"Temos três núcleos populacionais, Relíquias, Luzianes-Gare e Nave Redonda, que estão a ser afetados pela seca e cujo abastecimento está a ser reforçado pelos bombeiros, que fazem o transporte de água", disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro.
A água é transportada em camiões-cisterna para as três localidades, onde residem cerca de 500 pessoas, "dia sim, dia não", "desde o início do verão", ou seja, há "perto de seis meses", indicou.
Nas aldeias de Luzianes-Gare e de Relíquias o abastecimento público é assegurado pela empresa Águas Públicas do Alentejo e na aldeia de Nave Redonda a água é fornecida diretamente pelos serviços municipais.
Segundo o autarca, apesar do agravamento da situação com a seca prolongada deste ano, esta não é a primeira vez que as três aldeias têm de ter o abastecimento reforçado, tendo o mesmo já acontecido em períodos dos meses de verão no passado.
Em Luzianes-Gare, adiantou o presidente do município, a rede de abastecimento público deverá estar melhorada dentro "um ano e meio", já que está prevista a construção de uma conduta de ligação à Barragem de Santa Clara, a cerca de 10 quilómetros de distância.
Uma solução semelhante está a ser estudada para a aldeia de Nave Redonda, que dista cerca de oito quilómetros da albufeira, disse José Alberto Guerreiro, indicando ter sido resolvida recentemente assim uma dificuldade idêntica de abastecimento a Pereiras-Gare, outra aldeia do interior do concelho, que este ano passou a receber água de Santa Clara.
"Para Luzianes-Gare vai ser feita uma obra para ligação à Barragem de Santa Clara e na Nave Redonda também estamos a estudar essa ligação", afirmou o autarca.
Para a aldeia de Relíquias, está prevista uma ligação ao sistema de distribuição da Barragem de Monte da Rocha, no concelho de Ourique."Em Relíquias ainda não está resolvido, porque o sistema é para ser abastecido a partir do sistema de Monte da Rocha e que neste momento ainda não está resolvido", disse o autarca.
"São estas as situações mais preocupantes, mas de facto um pouco por todo o concelho chegam-nos algumas queixas de populares com algumas dificuldades na captação", adiantou José Alberto Guerreiro, que referiu ainda notar-se nos campos "a secura nas árvores" em algumas espécies, "inclusivamente no eucalipto". Ainda assim, o autarca considerou que em Odemira a situação é "talvez de menor gravidade do que no resto do país".
"No litoral felizmente temos o abastecimento público de origem de Santa Clara, que é uma barragem que tem ainda uma capacidade acima dos 50 por cento, temos salvaguardadas as situações mais preocupantes, embora estejam afetadas também algumas charcas e captações privadas nesta zona", afirmou.
Comentários