“São medidas mitigadoras, destinadas a ajudar os agricultores a minimizar os feitos da seca nas explorações agrícolas e pecuárias. Estes montantes podem ser aplicados na aquisição de cisternas para o transporte água, abertura de charcas ou furos artesianos”, explicou Luís Vieira à Lusa.

O secretário de Estado falava durante a abertura do Festival dos Sabores Mirandeses, que decorre até domingo em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, e que junta 70 expositores, na sua maioria pequenos produtores.

Esta medida abrange os distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo de Branco e Bragança.

Tomando como o exemplo o distrito de Bragança, Luís Vieira disse que foram aprovadas, no âmbito da seca registada nos últimos meses, 156 candidaturas, no valor de 2,3 milhões de euros.

“Se a seca persistir, estamos em condições de abrir novos concursos no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, destinados aos concelhos com maiores dificuldades, para serem direcionados a investimentos nas explorações agrícolas e financiados a fundo perdido”, frisou.

O secretário de Estado recordou que foi aberta uma linha de crédito no valor de cinco milhões de euros. Deste montante, foi utilizado um milhão de euros.

“Trata-se de uma linha de crédito que foi protocolada com todos os bancos a nível nacional, sendo destinada a alimentação animal, com uma duração de dois anos e com um ano de carência a uma taxa de juro baixa garantida”, indicou.

Por seu lado, os produtores de raça bovina mirandesa – uma espécie autóctone protegida cujo solar de origem abrange os concelhos transmontanos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais – mostraram-se “alarmados” com os efeitos da seca nas sementeiras e na produção de alimento para os animais, que continuam em estábulo por falta de pasto nos lameiros.

“As sementeiras correram muito mal, tudo porque muitas delas nem sequer rebentaram e os produtores estão recorrer suplementos alimentares para os animais”, revelou o secretário técnico da Associação de Produtores de Bovinos de Raça Mirandesa, Válter Raposo.

Segundo o técnico, no ano passado também não houve forragens em quantidade suficiente e agora as explorações agrícolas estão a ressentir-se desse problema, o que está a afetar todas as explorações pecuárias do território do Nordeste Transmontano.

Do lado da produção de ovinos, os pastores do Planalto Mirandês estão a vender animais das explorações por falta de alimento, devido à seca que se faz sentir naquele território, para evitar gastos acrescidos, alertou a Associação Nacional de Produtores Ovinos de Raça Churra Mirandesa.

“Os pastores estão a vender mais cedo que o habitual os cordeiros, para evitar gastos acrescidos com os fatores de produção em consequência da seca. Os pastores garantem-me que as ajudas que recebem não são suficiente para alimentar o gado”, explicou a secretária técnica da associação Andrea Cortinhas.

Para a técnica, a seca é mais severa nos concelhos do Planalto Mirandês em relação a outros territórios de Trás-os-Montes.

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