Segundo informação prestada pelo tribunal de instrução, os militares ficaram sujeitos a prisão preventiva e a termo de identidade e residência depois de o juiz considerar que se verificavam os perigos de "perturbação do decurso do inquérito e de continuação da atividade criminosa".

Na quinta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) esclareceu que a atividade criminosa consistia na faturação de géneros alimentícios fornecidos à Força Aérea por um valor muito superior ao dos bens efetivamente fornecidos, sendo a diferença posteriormente distribuída, entre as empresas fornecedoras e os militares envolvidos neste esquema.

O esquema fraudulento, ainda de acordo com a PJ, pode ter lesado o Estado em cerca de 10 milhões de euros.

A investigação, dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e executada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, envolveu 180 buscas em simultâneo em 12 bases militares, em 15 empresas e em diversos domicílios, tendo sido apreendidas elevadas quantias em dinheiro, que os investigadores presumem ser o produto da prática dos crimes.

Na Operação Zeus, desencadeada depois de um ano e meio de uma complexa investigação, participaram cerca de 330 investigadores e peritos da PJ, acompanhados por cerca de 40 elementos da Polícia Judiciária Militar, bem como de 27 magistrados do Ministério Público.

A Polícia Judiciária revelou que, desde o início da investigação, teve a colaboração, ao mais alto nível, da Força Aérea.