“Para sermos campeões do mundo em termos desportivos, primeiro teremos de ser campeões do mundo enquanto pessoas”, disse à agência Lusa o selecionador Bruno Seco, garantindo que neste aspeto a equipa está no “caminho certo”.

O futebol de rua, uma iniciativa promovida pela associação Cais, que tem o objetivo de integrar pessoas social e economicamente vulneráveis, é uma modalidade semelhante ao futsal, mas com regras próprias.

Bruno Seco, que pertence a este projeto desde 2011, garantiu que a parte social “é importantíssima” e que com este trabalho conseguiu desenvolver a capacidade de se “colocar no lugar do outro”.

O treinador assumiu que a equipa está a trabalhar para vencer o Mundial de Futebol de Rua, entre 27 de julho e 3 de agosto, em Cardiff, no País de Gales, e que tem as “melhores e mais altas” perspetivas para a competição.

Rui Cardinal, um dos eleitos para representar Portugal no mundial, disse que este projeto é um importante passo na sua vida e dos colegas.

“Tanto a parte desportiva como a social são importantes para o desenvolvimento das nossas personalidades e para podermos melhorar as nossas vidas pessoais”, disse à Lusa.

O coordenador do projeto, Gonçalo Santos, revelou que 75% dos jovens que integraram o projeto, no ano passado, voltaram à escola ou começaram a trabalhar, mas apesar dos “números simpáticos” é “o impacto do projeto na vida jovens” que move a sua organização.

Diogo Nabais, adjunto do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, mostrou-se, por sua vez, honrado por acompanhar o projeto que o “encantou”.

“O resultado desportivo é o menos importante, mas claro se puderem trazer a taça de Cardiff nós agradecemos”, afirmou durante a apresentação dos jogadores.

Já a diretora executiva da associação Cais, Conceição Cordeiro, mostrou o seu apoio aos jogadores, dizendo que os estará com eles “em cada jogo e em cada minuto”.

Os jogadores e a equipa técnica foram na segunda-feira recebidos pelo Presidente da República.

O futebol de rua é um projeto de inclusão social destinado a pessoas com 15 anos ou mais, que vivem numa situação de fragilidade habitacional e que pertencem a um projeto social ou são acompanhadas por instituições sociais.

Desenvolver competências pessoais e sociais, pertencer a um grupo social e promover a dignidade fora de um ambiente institucional são alguns dos objetivos deste projeto.