“Nunca ninguém lutou pela integridade das eleições como eu. Por o ter feito, serei, com orgulho, detido na tarde de amanhã na Geórgia. Deus abençoe os Estados Unidos da América”, escreveu o antigo governante.
Já esta terça-feira, Trump tinha escrito na sua rede social que a sua “viagem” na quinta-feira à cidade de Atlanta não será por ter cometido qualquer homicídio, mas por ter “feito uma chamada perfeita”.
O ex-Presidente referia-se a um dos principais trunfos da acusação: a gravação em que Trump pede ao secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” votos suficientes para vencer no estado.
Na publicação, Trump voltou a acusar a procuradora responsável pelo caso, Fani Willis, de estar a liderar uma caça às bruxas.
Também no dia de ontem ficou a saber-se que a fiança de Donald Trump foi fixada em 200.000 dólares no processo que decorre na Georgia.
Willis estabeleceu o prazo até ao meio-dia de sexta-feira (17h em Portugal), para que Trump e os restantes 18 arguidos se entreguem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.
A procuradora distrital propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 5 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.
Recorde-se que Trump é acusado de tentar provocar uma fraude nos resultados das eleições presidenciais de 2020 no Estado da Geórgia, na sequência de investigações, lideradas pela procuradora Fani Willis, que decorreram durante mais de dois anos.
O ex-presidente enfrenta 13 acusações, entre as quais a violação de uma lei de anticorrupção, que, a ser confirmada, pode implicar uma pena de prisão.
Entre os acusados estão também o seu antigo advogado pessoal, Rudy Giuliani, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows.
Trump já tinha recebido quatro acusações por tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, sendo que, neste processo, o procurador especial Jack Smith propôs o início do julgamento para janeiro de 2024, poucos dias antes do início das primárias republicanas.
Em Nova Iorque, Donald Trump soma 34 acusações de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, com quem o ex-Presidente teve um caso em 2006, sendo que é esperado em tribunal em 25 de março.
Já na Florida, o republicano contabiliza 40 acusações por roubo e retenção de documentos confidenciais e deve comparecer em tribunal em 20 de maio, a alguns meses das presidenciais de 2024.
Salienta-se que no dia em que Trump se pretende entregar às autoridades estará a decorrer o primeiro debate entre candidatos republicanos às presidenciais de 2024, o que dará o total protagonismo ao seu adversário governador do Estado norte-americano da Florida, Ron DeSantis.
Num memorando enviado a doadores e principais apoiantes, o novo gestor de campanha de DeSantis, James Uthmeier, disse esperar que os outros candidatos Republicanos ataquem o governador com “acusações falsas”.
“Estamos totalmente preparados para o governador DeSantis ser o centro de ataques e receber acusações falsas e desesperadas de outros candidatos e da imprensa tradicional. (…) O primeiro debate é a maior oportunidade de ganharem as manchetes atacando o governador”, escreveu Uthmeier.
DeSantis subirá ao palco no debate esta quarta-feira com o estatuto de segundo classificado nas sondagens do partido, atrás de Donald Trump, que confirmou ainda durante o fim de semana a sua ausência do debate, mas que deverá divulgar na mesma noite uma entrevista pré-gravada com o polémico ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson.
Trump já tinha afirmado, também na sua rede social, no domingo, que não marcará presença no primeiro debate, nem nos restantes.
“O público sabe quem eu sou e que Presidência bem-sucedida tive”, escreveu Trump.
“Então não farei debates”, acrescentou.
*com Lusa
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