“Estamos a falar de um projeto que vem na sequência do violento incêndio que, em 2017, destruiu parcialmente a paisagem natural da Serra da Gardunha e que, por isso mesmo, foi pensado com base na possibilidade de diversificar a oferta para além da paisagem e através da valorização e apresentação de outros pontos de interesse que temos no território e que também podem afirmar-se como uma resposta ao setor turístico”, explicou à agência Lusa Miguel Vasco, da Agência de Desenvolvimento Gardunha 21, que é a entidade coordenadora do projeto.
O investimento será feito no âmbito de uma candidatura que foi recentemente aprovada pelo Turismo de Portugal e que está enquadrada no Programa Valorizar – Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior.
Com um investimento global previsto de 400 mil euros, 360 mil dos quais financiados pelo Turismo de Portugal, o projeto será executado ao longo do corrente ano com uma forte aposta nas componentes da identidade e do saber tradicional das aldeias que estão no perímetro da Serra da Gardunha.
“Esta é uma candidatura que nos permitirá definir outros pontos de visitação à volta da Serra da Gardunha, concretizando algumas ações que o município e as entidades parceiras já tinham previstos e que permitem valorizar o território”, apontou.
Miguel Vasco especificou que a ideia é apostar na conclusão, valorização ou reforço dos conteúdos dos espaços interpretativos que estão interligados com os saberes daquele território serrano, tais como a cereja ou o barro.
Segundo especificou, a candidatura tem delineado um conjunto de seis intervenções muito específicas, entre as quais o investimento na produção/aquisição dos conteúdos para a Casa da Cereja, que está a ser concretizada em Alcongosta, ou o reforço dos conteúdos da Casa do Cogumelo do Alcaide.
Está também prevista a instalação de um equipamento de tecnologia de realidade aumentada no miradouro do castelo de Castelo Novo, bem como a reposição do antigo forno da Casa do Barro do Telhado e ainda a intervenção na Casa dos Embutidos de Alpedrinha, que está baseada na adaptação dos conteúdos e do edifício.
Reabilitar o espaço e voltar a colocar em funcionamento da azenha do Souto da Casa é outra das ações a concretizar e que está inscrita na linha da promoção do sistema moageiro, que estabelece uma relação entre a referida freguesia e o núcleo industrial da antiga moagem do Fundão.
“São ações que, basicamente, ajudam a definir uma rede de proposta mais sólida para o visitante, que podem ajudar a definir roteiros integrados e que mostram que a Gardunha é natureza, é paisagem e que também é gastronomia, saberes tradicionais, património e experiências variadas”, apontou.
Além da Agência de Desenvolvimento Gardunha 21, que é a entidade coordenadora, são parceiras a Câmara do Fundão e as juntas de freguesia do Alcaide, Souto da Casa e do Telhado.
Comentários