“Decidimos deixar […] o parlamento, o Governo e os nossos postos nos quatro municípios do norte”, onde os sérvios estão em maioria, declarou Goran Rakic, líder da principal formação política dos sérvios no Kosovo, a Lista Sérvia, avançou a AFP.
Os sérvios do norte vão, então, retirar-se de todas as instituições, incluindo a polícia e os tribunais, explicou Rakic.
No final de uma reunião de representantes daquela comunidade, em Zvecan, Goran Rakic disse que todos os sérvios do norte com função pública iriam renunciar aos cargos.
Os sérvios do Kosovo não reconhecem a autoridade de Pristina, a capital onde estão sediadas as instituições kosovares, nem a independência do Kosovo, proclamada em 2008, e permanecem leais à Sérvia, da qual dependem financeiramente.
Segundo Goran Rakic, esta decisão vai permanecer em vigor “enquanto Pristina não começar a respeitar o direito internacional e os acordos celebrados em Bruxelas”.
Esta medida visa que as autoridades do Kosovo revertam a decisão sobre as matrículas dos sérvios e possibilitem a criação de uma Associação de Municípios Sérvios.
Cerca de 10.000 sérvios do Kosovo, cujos veículos possuem matrículas emitidas pela Sérvia, devem, de acordo com uma medida tomada por Pristina que entrou em vigor em 01 de novembro, substituí-los por placas da República do Kosovo.
Belgrado e Pristina iniciaram, em 2011, um diálogo sobre a normalização das suas relações, sob a mediação da União Europeia, mais de uma década depois de uma guerra que causou 13.000 mortos, principalmente kosovares albaneses.
Em 2013, as partes chegaram a um acordo, conhecido como acordo de Bruxelas, que previa a criação de uma Associação de Municípios Sérvios.
A primeira tentativa de implementar a decisão sobre as matrículas provocou tensões, em julho, com protestos diários e bloqueio do tráfego de carros, em duas passagens de fronteira, no norte do país.
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