“Desde as 00:00 de hoje, o país regista já um total de 157 ocorrências de incêndios florestais. Destas 157, temos neste momento 18 ocorrências ativas, a maior parte delas são ocorrências ainda numa fase inicial, sem expressão preocupante neste momento”, indicou a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, num briefing desta entidade em Oeiras, distrito de Lisboa.

Pelas 19:00 de hoje, a Proteção Civil estava a monitorizar “mais de perto” a situação de sete incêndios florestais nos distritos de Castelo Branco, Leiria, Viseu, Viana do Castelo e Braga, “com uma importância um pouco mais elevada fruto das áreas onde deflagraram e também do número de meios [de combate] que já concentram”.

“Uma das ocorrências que acompanhamos com mais pormenor é o incêndio em Porto de Mós, em Leiria”, que deflagrou pelas 17:00 de domingo, avançou Patrícia Gaspar, referindo que grande fase do perímetro deste fogo se encontra em fase de resolução, embora com algumas reativações.

A responsável da Proteção Civil disse ainda que o fogo em Porto de Mós estava pelas 19:00 de hoje a mobilizar 209 operacionais, 64 veículos e sete meios aéreos.

Entre as sete principais ocorrências encontra-se o incêndio no concelho da Covilhã, em Castelo Branco, que sofreu hoje uma reativação, lavrando agora com três frentes ativas que estão a ser combatidas por 350 operacionais, apoiados por 106 veículos e dois meios aéreos.

O fogo na Covilhã motivou a retirada, por precaução, de sete trabalhadores de limpeza de neve que se encontravam instalados no perímetro da área afetada pelo incêndio, referiu Patrícia Gaspar.

Dos principais incêndios constam ainda os fogos que lavram nos concelhos de Resende e de São Pedro do Sul, ambos no distrito de Viseu, nos concelho de Melgaço e de Arcos de Valdevez, ambos em Viana do Castelo, e em Terras de Bouro, em Braga.

Questionada sobre a necessidade de evacuar aldeias, a responsável da Proteção Civil disse que está a ser ponderada a evacuação da aldeia de Vilela Seca, em Arcos de Valdevez, não se registando até às 19:00 de hoje qualquer aldeia evacuada em todo o território de Portugal.

Sobre o registo de feridos no âmbito dos fogos, Patrícia Gaspar declarou que desde 10 de agosto e até hoje houve 90 pessoas assistidas, 136 feridos, dos quais 128 feridos ligeiros e oitos feridos graves, e uma vítima mortal – o piloto do helicóptero que combatia os fogos.

Esta morte soma-se às 64 registadas na sequência do incêndio que deflagrou em junho em Pedrógão Grande.

Em relação aos meios de reforço no combate às chamas, a ANPC informou hoje que estão nos diferentes teatros de operações meios operacionais de Espanha, com três aviões ‘Canadair’; helicópteros disponibilizados pelas autoridades suíças, que começaram hoje a operar no fogo em Porto de Mós, em Leiria; os plutões militares e os meios de vigilância e de dissuasão das forças de segurança.

Já o avião de Marrocos que tem estado nos últimos dias a combater os fogos em Portugal teve que regressar hoje ao país para manutenção.

No que diz respeito às previsões meteorológicas, “para as próximas 48 horas haverá uma diminuição gradual da temperatura, embora não seja uma diminuição expressiva para níveis confortáveis”, e vai registar-se “uma recuperação dos níveis de humidade relativa sobretudo à noite”, revelou a adjunta de operações da ANPC.

“O risco de incêndio mantém-se máximo e muito elevado em diversos pontos do país, designadamente nas regiões Norte, Centro e Algarve”, afirmou Patrícia Gaspar.

Neste sentido, o estado de alerta vermelho vai manter-se em 15 distritos do território continental português, enquanto os distritos de Évora, Lisboa e Setúbal vão manter o alerta laranja.