Na conferência “Observatório: O Imobiliário em Portugal”, organizada em Lisboa pelo Jornal de Negócios e a imobiliária Century 21, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) alertou que os preços podem estar a ficar perigosos.
“Posso dizer que na semana passada foi feita uma transação no centro do Porto (…) ao preço mais alto de metro quadrado de Portugal. O que não pode ser: não é bom para quem vendeu, nem para quem comprou, até porque isso vai ter repercussões nas transações ao lado, o que é perigoso”, afirmou.
O mesmo responsável indicou que face à procura, “agora precisa-se de construção nova em algumas zonas, porque já não chega a reabilitação, até para tentar o equilíbrio de preços”.
Luís Lima considerou que os preços da periferia “começam a ser apetecíveis” e defendeu que o melhor seria nova construção vendida a preços acessíveis.
Por seu lado, o CEO da Century 21 Iberia, Ricardo Sousa, antecipou para 2017 a “evolução da promoção de obra nova em Portugal” face à “necessidade grande, outra vez, de obra nova” não apenas em Lisboa ou no Porto, mas a nível nacional.
Partindo de comparações que apresentam o imobiliário em Portugal como mais barato do que no estrangeiro, o responsável recordou não estarem a ser considerados os rendimentos disponíveis dos portugueses, o que torna o país muito caro neste setor.
À pergunta se os preços podem subir mais, Ricardo Sousa notou acontecerem transações que “há seis meses se considerariam impossíveis”.
“A cidade de Lisboa está a ficar desajustada para aquilo que é o rendimento disponível dos portugueses. Não queremos tocar no que funciona e é bom para a cidade e para o país que é o turismo e alojamento local”, afirmou o dirigente, para acrescentar a necessidade de serem potenciadas soluções de habitação, pelos operadores, sobretudo para a classe média.
O mesmo responsável previu um aumento sustentável do número de transações e que os preços mantenham uma “evolução bastante estável”, sendo que a principal condicionante é o rendimento disponível das famílias.
A imobiliária registou, nos últimos meses, “um aumento significativo de pequenos e médios investidores nacionais” e prevê que eventuais aumentos de custos fiscais se reflitam no valor final dos imóveis.
Como “grandes oportunidades” de investimento, o responsável enumerou o mercado doméstico, face à procura crescente e até acentuado nas periferias, e as pequenas e médias empresas.
Para Ricardo Sousa, o setor do imobiliário deverá beneficiar de maior transparência da informação, além de uma comunicação e gestão integrada.
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