A estreia vai ser acompanhada por várias iniciativas para debater o papel dos jesuítas em Portugal e no mundo, a perseguição religiosa, as relações entre Portugal e o Japão, a arte e a religião", de acordo com uma nota da organização do programa, desenvolvido em cooperação com a Companhia de Jesus.

De 19 de janeiro a 19 de fevereiro vai ser apresentada pela primeira vez, no Museu de São Roque, a carta em que Miguel Carvalho, jesuíta português, torturado a 25 de agosto de 1624, se despede do irmão, Simão Carvalho, na exposição "Japão: a última carta de um mártir".

Miguel Carvalho foi contemporâneo dos portugueses retratados no filme e já foi beatificado.

A 22 de janeiro, o Museu de São Roque promove um "Percurso pelos caminhos de Cristovão Ferreira" para dar a conhecer os locais da Companhia de Jesus, em Lisboa, e a 06 de fevereiro, realiza-se uma visita às peças da coleção que testemunham a presença cristã no Japão e a experiência do martírio.

O Museu do Oriente organiza, na quarta-feira, a conferência "Portugal e o Japão: história de um sucesso malsucedido", com o padre José Frazão, provincial dos Jesuítas em Portugal, o historiador João Paulo Costa e a jornalista Clara Ferreira Alves, com moderação do jornalista Joaquim Franco.

A instituição propõe ainda três visitas guiadas à exposição sobre a presença portuguesa na Ásia, com destaque para peças selecionadas para explorar diferentes perspetivas da história do relacionamento entre Portugal e o Japão, e o seu legado.

A 27 de janeiro, a reitoria da Universidade Nova de Lisboa organiza a tertúlia "Fé: Silêncios e Limites", com Carla Rocha (Rádio Renascença), Henrique Raposo (comentador), Jacinto Lucas Pires (escritor) e o padre jesuíta Pedro Rocha Mendes.

Na livraria FNAC, em Lisboa e no Porto, dois 'urban sketchers' - o padre jesuíta português Nuno Branco e a artista japonesa Kumi Matsukawa - vão apresentar as ilustrações que fizeram nos seus blocos de papel do 'trailer' do filme.

No filme, que o realizador esperou quase 20 anos para concretizar, dois missionários jesuítas portugueses - Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver) - viajam de Macau para o Japão, no século XVII, em busca do mentor, o padre Cristovão Ferreira (Liam Nesson), para confirmar se o jesuíta, perseguido e torturado pelas autoridades japonesas, renunciou à fé cristã.

Em território nipónico, sob o xogunato de Tokugawa Ieyasu, que baniu o catolicismo e quase todo o contacto com os estrangeiros, os dois jovens religiosos testemunham a perseguição dos japoneses cristãos pelas autoridades.

O filme de Scorsese baseia-se no romance homónimo do japonês Shusaku Endo, publicado em 1966.