Simone de Oliveira, que terminou a carreira em março com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com uma nota divulgada no site oficial da Presidência.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha anunciado em 29 de março, à margem do concerto de encerramento dos 65 anos de carreira de Simone de Oliveira, que iria condecorar a cantora, sem revelar quando o faria.
Em entrevista à Lusa em março, Simone de Oliveira reconheceu estar, aos 84 anos, “muito cansada”.
Na mesma ocasião, admitiu ser uma “velha um bocado diferente”, que gosta de beber um copo de whisky com os amigos ou uma cerveja acompanhada de tremoços, porém assume-se “idosa, velha”.
“Não posso ser nova aos 84 anos”, disse, partilhando o quanto lhe faz impressão ver pessoas da sua faixa etária “a serem maltratadas, ignoradas, muitas vezes pelos próprios filhos”. “Lembrem-se dos velhotes. As coisas velhas têm ontem”, apelou.
Em 2020, depois de uma ausência dos palcos devido ao confinamento para prevenir a expansão da pandemia de covid-19, Simone de Oliveira atuou em Lisboa e, na altura, afirmou à Lusa: “Nunca tal me aconteceu. Eu já perdi a voz, lá recuperei a voz, já passei as passas do Algarve com alguns problemas de saúde, mas nesta altura este confinamento é muito complicado”.
Em 1969, Simone de Oliveira ganhou pela segunda vez o Festival RTP da Canção com “Desfolhada Portuguesa”, com a qual representa Portugal no Festival da Eurovisão, em Madrid.
Embora tenha um repertório com mais de 400 canções, Simone de Oliveira será sempre recordada como a mulher que, em 1969, em pleno Estado Novo, cantou na televisão que “quem faz um filho, fá-lo por gosto”.
No final desse ano perdeu a voz. Simone de Oliveira fez então jornalismo, rádio, locução de continuidade e apresentou um concurso Miss Portugal e espetáculos no Casino Peninsular da Figueira da Foz.
A intérprete de “Sol de inverno”, entretanto, recuperou a voz, gravou um disco com temas de autoria de José Cid, e em 1973 voltou a concorrer ao Festival RTP com “Apenas o meu povo”, conquistando o Prémio de Interpretação.
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