"Queremos que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática apresente uma proposta de revisão da carreira profissional dos Vigilantes de Natureza. Se não houver resposta a esta concentração, no final do mês provavelmente fazemos greve", disse à agência Lusa o secretário-geral do SNPC, Costa Velho.

O sindicato reuniu-se em outubro com o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Catarino, que prometeu ter uma proposta de carreira até ao final desse mês, lembrou o representante do sindicato.

"Fazem-nos promessas e não cumprem. Sentimo-nos esquecidos, ignorados e enganados", acrescentou o dirigente, que juntamente com outros nove elementos se juntou ao final da manhã junto à escadaria da Assembleia da República para chamar a atenção para as suas preocupações.

Costa Velho lembrou que já pediu duas vezes uma nova reunião mas ainda não obteve resposta.

"Os vigilantes da natureza são a voz da natureza. No entanto, somos tão ouvidos como os últimos lobos encontrados mortos. A nossa carreira está à beira da extinção, precisamos de ser ouvidos", frisou.

O secretário-geral do SNPC sublinhou que "a carreira profissional dos vigilantes da natureza não é revista há 20 anos", estando "completamente desatualizada e desenquadrada da realidade".

Outras reivindicações do sindicato incluem a valorização dos salários dado que "estes trabalhadores em início de carreira ganham o correspondente ao ordenado mínimo nacional", e o aumento do número de efetivos por considerarem que o atual é insuficiente.

O SNPC estima que existam cerca de 230 trabalhadores espalhados pelo país, "a cobrir a vasta área florestal portuguesa".

Os vigilantes da natureza asseguram um vasto conjunto de ações, como a vigilância, a fiscalização, a monitorização e a sensibilização nas áreas classificadas do país contribuindo para a conservação da natureza e a preservação dos espaços florestais.