A presidente do organismo, Sofia Branco, que esteve presente na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República - numa audiência após as declarações do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, a pedir aos adeptos para deixarem de comprar jornais e ver canais de televisão portugueses - vincou que a tomada de posição do SJ "não é sobre o Sporting".
"Isto não é sequer sobre futebol, o futebol não é ou não devia ser isto. O facto é que há um ambiente de hostilidade crescente e acho que já esteve mais longe de acontecer uma desgraça. Alertamos as autoridades para essa possibilidade. O clima que se tem gerado, tendo como alvo os jornalistas, é inqualificável em termos de segurança", disse.
Sem deixar de criticar o apelo do líder dos ‘leões' como "antidemocrático", Sofia Branco frisou que a reação política foi "tíbia" e expressou a sua expectativa por uma "manifestação pública e o mais coletiva possível da AR sobre algumas matérias" junto dos maiores clubes nacionais. Paralelamente, instou também a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) a agir.
"Há agentes acima da lei, que são logo esses diretores de comunicação. Há um regulador e é preciso pedir contas a este regulador", sublinhou, ao colocar o foco na influência dos programas de comentário desportivo junto dos adeptos, algo que também foi manifestado pelos representantes dos diferentes partidos na comissão.
Reiterando que o "Sindicato não sofre de clubite", a presidente do organismo fez ainda uma distinção entre as declarações do presidente do Sporting e as do seu homólogo do Benfica, Luís Filipe Vieira, em que este avisou que "todos os que mancharam o nome do Benfica têm de ser criminalmente penalizados", como resposta ao caso ‘e-toupeira'.
"As declarações [de Bruno de Carvalho] tiveram logo consequências. O conteúdo foi também diferente. [Luís Filipe Vieira] Disse que vai recorrer à justiça e tem toda a liberdade para o fazer. Não disse para se deixar de comprar jornais", explicou, acrescentando que o SJ apenas se irá pronunciar em situações extremas e não a cada intervenção dos clubes.
Do outro lado, o SJ encontrou a preocupação dos partidos com assento parlamentar e a líder da Comissão, Edite Estrela, assinalou que o dia 3 de abril vai contar com a realização de uma conferência no parlamento sobre violência no desporto.
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