“Desde que o novo CA tomou posse, apesar do ‘estado de graça’ de quem chega, qualquer mínima expectativa positiva que os trabalhadores pudessem ter, está ser uma desilusão”, destacou a estrutura sindical.
O STT disse depois que o novo presidente da RTP, Nicolau Santos, “apresentou-se com linhas de orientação que anunciava ‘mundos e fundos’ e ‘enchia a boca’ com palavras como valorização, reconhecimento e profissionalismo quando falava dos trabalhadores” do canal público.
No entanto, sublinhou o sindicato, “passaram-se seis meses, pese embora a resistência firme do STT e de outros sindicatos contra as políticas erradas do CA, pouco ficou de positivo para os trabalhadores”.
O sindicato destacou que o “ano 2021 que está a findar foi mais um ano de congelamento salarial e de deceção para quem trabalha na RTP”.
O STT apelou para que o novo CA, “de uma forma clara e inequívoca”, apresente “um plano de valorização efetiva dos trabalhadores e que assuma a resolução, de uma vez por todas, do flagelo dos vínculos precários na empresa”.
“Em teoria, todos opinam contra a precariedade e falam das dificuldades demográficas em Portugal e das consequências negativas para as empresas e para o futuro do país, mas em termos práticos ninguém implementa políticas laborais que protejam os trabalhadores, nomeadamente os jovens trabalhadores”, criticou o sindicato, acrescentando que na gestão da RTP “ninguém quer verdadeiramente a erradicação da precariedade, porque serve os objetivos ou pode mexer com certos interesses instalados”.
O STT recordou que “no Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários (PREVPAP) se conseguiu em 2019 e 2020 integrar mais de 250 trabalhadores nos quadros da RTP”, mas ressalvou que há muito trabalho “ainda a fazer para eliminar o flagelo dos vínculos precários”, sendo que, de acordo com a entidade, “nos últimos anos, o número de entradas não compensou o número de saídas, mantendo a RTP com uma média de idades elevada”.
“Perante a degradação da situação laboral na RTP, a Comissão Executiva do STT numa avaliação muito realista e objetiva da situação, decidiu propor na reunião com os Sindicatos realizada recentemente, a Convergência na Ação e a apresentação de uma proposta única para a revisão do AE [acordo de empresa] da RTP em 2022”, uma sugestão que foi “bem acolhida”, garantiu.
“Agora, para defender os postos de trabalho na RTP, iniciar o processo negocial do AE com vista à valorização dos salários e das categorias profissionais é necessário elaborar a proposta e envolver os trabalhadores na sua defesa”, rematou o sindicato.
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