José Abraão, dirigente da FESAP, disse à agência Lusa que espera que a secretária de Estado da Administração Pública, Carolina Ferra, apresente alguma proposta que venha ao encontro das reivindicações dos funcionários públicos e que lhes permita recuperar algum poder de compra.
"O aumento de 25 cêntimos por dia no subsídio de refeição, previsto na proposta de OE, não é suficiente para compensar o que se perdeu nos últimos anos. É preciso que as remunerações e as carreiras sejam descongeladas", disse o sindicalista.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública criticou a proposta de OE para 2017 e aprovou terça-feira, em plenário, uma manifestação nacional para dia 18 de novembro para reivindicar aumentos salariais de 4% e progressão nas carreiras.
Para a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, entregue há uma semana no parlamento, “não tem nada” para beneficiar os trabalhadores, à exceção dos 25 cêntimos de aumento do subsídio de alimentação que a sindicalista considerou “humilhante”.
“O Governo, ou altera o Orçamento do Estado, e satisfaz as nossas reivindicações, ou os trabalhadores não têm outra alternativa senão avançar para a manifestação nacional de dia 18”, avisou.
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues, disse à Lusa que vai para a reunião com a secretária de Estado com a expetativa de que a proposta de OE seja devidamente esclarecida e que os trabalhadores da Administração Pública possam ver os seus rendimentos atualizados.
"Há muita coisa na proposta de OE que ainda não se percebeu bem. Aguardamos para ver o que o Governo tem para nos dizer", afirmou a sindicalista.
O STE reivindica para 2017 um aumento salarial de 2% e a valorização dos serviços e dos trabalhadores da Administração Pública.
A secretária de Estado da Administração Pública iniciou na semana passada as negociações com os sindicatos do setor, mas não apresentou qualquer contraproposta aos seus cadernos reivindicativos.
A proposta de OE apresentada entretanto pelo Governo prevê a continuação do congelamento remuneratório na função pública.
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