As palavras foram ditas aos jornalistas por Mário Nogueira, líder da Fenprof, antes de subir ao palco que partilharia com uma dezena de outros sindicatos, mas traduzem o sentimento geral.

Usando uma t-shirt com um ‘smile’ zangado, Mário Nogueira apelou ao ministro ao Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para que “ouça e veja a rua”, porque “o tempo dos compromissos acabou” e “agora o ano vai entrar numa fase sensível”.

Às principais reivindicações — contabilizar o tempo de serviço congelado (nove anos, quatro meses e dois dias, traduzidos na mensagem “9A-4M-2D”, replicada em cartazes, folhetos e t-shirts) e aprovar um regime especial de aposentação, ao fim de 36 anos de serviço — os sindicatos acrescentaram outras, como baixar o número de alunos por turma, melhorar as condições de trabalho e garantir estabilidade e segurança na profissão.

Pela Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva criticou as “políticas de desvalorização”. Saudando “o grande número” de professores que aderiram ao protesto, o dirigente dirigiu-se ao ministro para lembrar que “não chega dizer que a escola é a sua paixão”.

Os professores exigem reconhecimento e respeito”, frisou. “Nós somos a escola, nos construímos a escola”, disse, recordando que para a banca “não há limites” de financiamento.

A coordenadora do BE foi uma das figuras políticas presentes na manifestação. À pergunta dos jornalistas sobre os apelos à demissão do ministro da Educação, Catarina Martins relativizou, dizendo que “está na altura” de o Governo resolver os “muitos problemas da escola pública”.

Para a líder bloquista, são três as reivindicações principais para demonstrar que os professores são “o pilar da educação”: garantir “respeito pelas carreiras”, assegurar “concursos corretos e justos, que não deixem ninguém para trás” e alterar a situação de “alunos a mais por turma” e “carreiras longas demais”, que explicam o terço de professores “em burnout”, cuja única solução é entrarem de baixa.

Na resolução aprovada pelos sindicatos a propósito da manifestação nacional, é deixado um aviso ao Governo: caso não ouça as reivindicações, os professores e educadores estão disponíveis “para continuar a luta, se necessário, ainda no presente ano escolar”.

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