As duas estruturas sindicais que convocaram uma greve nacional para dias 10 e 11 de maio indicam que os sindicatos não podem ser acusados de não terem "tentado tudo para preservar o diálogo e a negociação, mantendo a paz social”.

“Receamos, contudo, que se possa estar a caminhar para um ponto de não retorno”, acrescenta a carta dirigida a António Costa e divulgada no site do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Os médicos agendaram uma greve nacional para dias 10 e 11 de maio, contra a ausência de medidas concretas do Governo, nomeadamente a reposição do pagamento das horas extras, que estão a receber a 50% desde 2012.

Sobre a aprovação em Conselho de Ministros das alterações ao diploma que restitui parte do pagamento das horas extraordinárias, o SIM e a Federação Nacional dos Médicos consideram que o se conhece tem “carácter vago e de mera declaração de intenções, fugindo a objetivações temporais e quantitativas”.

Os sindicatos terminam a carta indicando que esperam que as preocupações dos médicos sejam “adequadamente interpretadas” pelo primeiro-ministro.

O Governo tinha publicado este ano um diploma a restituir parte das horas extraordinárias apenas para os profissionais que fazem urgência externa e cuidados intensivos, mas as organizações médicas exigiram de imediato que fosse aplicado a todos os profissionais.

O ministro da Saúde garantiu verbalmente que o pagamento das horas extraordinárias a 75% aos médicos teria efeitos retroativos a 01 de abril. Em reuniões com os sindicatos, o Ministério da Saúde tem-se comprometido a repor os restantes 25% até ao fim deste ano.

Os sindicatos têm reiterado que estão cansados de promessas sem concretização de medidas.