Ao recuperarem o controlo de localidades em redor de Alepo, as forças de Bashar al-Assad afastaram ainda mais os ‘jihadistas’ e rebeldes que disparavam mísseis contra a segunda cidade do país, reconquistada pelo regime em 2016.
Hoje as autoridades anunciaram que, pela primeira vez desde o seu encerramento em 2012, o aeroporto de Alepo vai reabrir esta semana para voos comerciais.
O Ministério dos Transportes informou através da rede social Telegram que “o primeiro voo Damasco-Alepo” vai realizar-se na quarta-feira e que “serão programados voos para Damasco e para o Cairo nos próximos dias”.
As declarações de Assad sobre a continuação da sua ofensiva ocorreram no mesmo dia em que a ONU reiterou o apelo para um cessar-fogo na província de Idlib e territórios adjacentes, como a província de Alepo.
“A batalha pela libertação das províncias de Alepo e Idlib prossegue, independentemente dos discursos gritados e vazios que chegam do norte”, declarou Assad, numa alusão às repetidas advertências da vizinha Turquia para que recue.
“A batalha prossegue para libertar todo o território sírio, eliminar o terrorismo e instaurar a estabilidade”, sublinhou.
Sobre a conquista das localidades em redor da cidade de Alepo, Assad declarou-se consciente de que “não significa o fim da guerra (…), nem o desaparecimento do terrorismo, nem a rendição dos inimigos”.
“Mas (…) significa certamente que os vergámos num prelúdio à derrota total, cedo ou tarde”, insistiu.
O regime sírio reforçou em dezembro, com o apoio de Moscovo, a ofensiva contra o último grande bastião insurgente na Síria, a região de Idlib e setores adjacentes nas províncias de Alepo, Hama e Latákia, controlados em grande parte pelo Hayat Tahrir al-Cham (HTS, ex-ramo sírio da Al-Qaida).
Desde essa altura, perto de 900.000 pessoas, maioritariamente mulheres e crianças, foram deslocados devido à violência no noroeste, segundo um novo balanço da ONU.
Ancara, que apoia grupos rebeldes, mantém tropas no noroeste sírio e enviou reforços nos últimos dias para contrariar o avanço das forças do regime.
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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