“Finalmente a Pasogal está de saída e a empresa vai iniciar nova vida que se deseja longa, estável, próspera e mais amiga dos trabalhadores. Esta foi, quanto a nós, a determinante alteração qualitativa que abriu portas para que tudo aquilo que estava bloqueado, pudesse começar a realizar-se”, afirmou o Sitava, em comunicado.
Esta posição surge no seguimento de uma reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira, na qual foi comunicado aos sindicatos que “a TAP vai proceder ao pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores” da empresa de ‘handling’.
“Embora seja nosso entendimento que não cabe aos sindicatos intervir ativamente naquilo que vulgarmente se designa por ‘quadro acionista’ das empresas, não podemos, neste caso, pela importância que tem na vida de todos nós, deixar de nos congratularmos por, finalmente, estar ultrapassado o bloqueio que tanto mal tem feito à SPDH/Groundforce, e tanta angústia e instabilidade tem induzido nos trabalhadores”, acrescentou a estrutura sindical.
De acordo com o Sitava, o ministro Pedro Nuno Santos comunicou-lhes que o subsídio de férias “irá ser pago de imediato” aos trabalhadores, e, ainda, “as evoluções nas carreiras devidas durante o ano de 2020 serão liquidadas logo que esteja concretizada a alteração da estrutura acionista da empresa”, o que o sindicato diz esperar que aconteça “ainda este mês”.
“A solução agora encontrada após a decisão dos tribunais que acabaram com as ‘manobras de diversão’ do ainda presidente do CA [Conselho de Administração, Alfredo Casimiro], vem demonstrar que a estratégia do Sitava – em apostar como única solução, na alteração da estrutura acionista, afastando da empresa o ‘capitalista sem capital’, como ele próprio se intitulava – estava certa e veio permitir que o futuro voltasse a abrir-se no horizonte”, acrescentaram os representantes dos trabalhadores.
Os trabalhadores da Groundforce cumpriram dois dias de greve no fim de semana passado, convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação levou ao cancelamento de centenas de voos, sobretudo no aeroporto de Lisboa.
Os trabalhadores da Groundforce têm nova greve marcada para os dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) e o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) anunciaram hoje que mantêm os pré-avisos de greve em vigor até que os pagamentos aos trabalhadores da Groundforce sejam concretizados.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
Comentários