“Levo muito a sério os índices porque nos permitem fazer algumas coisas importantes – avaliar melhor o impacto das políticas públicas, podemos ter uma forma de comunicar internacionalmente, mas também no domínio da divulgação de boas práticas”, notou Siza Vieira, que falava na conferência “Portugal nos ‘rankings’ internacionais”, organizada pela Associação para o Desenvolvimento da Engenharia, em parceria com a AESE Business School e com o Fórum de Administradores e Gestores de Empresas (FAE).
O ministro da Economia lembrou que é importante estar preparado para responder aos inquéritos, que vão contribuir para o resultado dos índices, com “verdade, seriedade, mas de modo informado e racional”, acrescentando que uma das suas incumbências passa por analisar os índices e a melhor forma para reportá-los.
Citando algumas avaliações, Siza Vieira avançou que Portugal, de 2015 para 2016, caiu no ‘World Economic Forum’, seguindo-se alguma melhoria e, por último, a estagnação.
“Uma outra forma de olhar para a competitividade externa da nossa economia é olharmos para o investimento estrangeiro. Aquilo que vemos é que o país tem crescido bastante no ‘stock’ de investimento estrangeiro. Como é que se explica estarmos estagnados no índice?”, questionou.
De acordo com o ministro, esta realidade deve-se ao facto de os indicadores tidos em conta na avaliação serem analisados em função das respostas de um painel de respondentes que faz uma avaliação de acordo com a sua perceção do desempenho de um país.
Assim, peço “que respondam aos inquéritos com rigor, verdade e com uma perceção informada”, reiterou.
O líder do Ministério da Economia vê ainda com estranheza que países como a Rússia ou o Bangladesh tenham uma regulamentação governamental “mais ligeira” do que em Portugal.
Já ao nível da justiça, em 2019, Portugal ocupava a 113.ª posição, entre 141 países, atrás de países como o Gana, o Zimbabué ou a Nigéria.
“O filme é de um conjunto de indicadores onde de facto não nos parece que a nossa posição seja correspondente àquela que merecemos”, vincou Siza Vieira, apelando a um olhar mais benevolente perante os índices, que, segundo o governante, não constituem uma forma de censura das políticas públicas.
Por sua vez, o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, referiu que os ‘rankings’ são muito importantes, uma vez que permitem a uma empresa conhecer Portugal.
“Não há empresa nenhuma que, ao tomar uma nova posição de geografia, não faça um estudo […] e, nesse processo, os ‘rankings’ são essenciais”, apontou.
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