O gabinete de imprensa dos Serviços de Emergência do Estado (SES) anunciou a descoberta do corpo de uma mulher que estava sob os escombros desde o ataque de sexta-feira, depois de recuperado o corpo de um homem hoje de manhã.

“Na sequência do bombardeamento da cidade de Sloviansk, que teve lugar a 14 de abril, há um total de 35 vítimas a registar, incluindo 13 pessoas mortas e 22 feridas”, afirmaram os SES em comunicado.

Embora 153 toneladas de destroços tenham sido removidas, as buscas ainda estão em curso, pois há duas pessoas que se suspeita estarem sob os escombros e continuam a ser dadas como desaparecidas, informou a agência Ukrinform.

Os mísseis russos S300 atingiram vários blocos e outras infraestruturas civis na cidade oriental ucraniana na sexta-feira. Entre os 13 mortos estava um menino de 2 anos, que morreu na ambulância quando estava a ser levado para o hospital para tratamento.

O balanço de sábado sobre as vítimas do ataque à cidade apontava para 11 mortos, mas as equipas de resgate continuavam a procurar salvar pessoas presas nos escombros de um prédio de apartamentos, disseram na altura as autoridades ucranianas.

A Força Aérea da Ucrânia, por seu turno, anunciou que o país em breve terá armas para tentar impedir ataques russos, como o de sexta-feira.

A entrega do sistema de defesa aérea ‘Patriot’, prometido pelos Estados Unidos da América era esperado na Ucrânia para depois da Páscoa, disse o porta-voz da força aérea ucraniana, Yuriy Ihnat.

País predominantemente cristão ortodoxo, a Ucrânia celebra hoje a Páscoa.

No sábado, em declarações à televisão estatal ucraniana, Ihnat recusou dar um calendário preciso para a chegada do sistema de mísseis defensivo, mas disse que o público saberia “assim que a primeira aeronave russa for abatida”.

Um grupo de 65 soldados ucranianos completou o treino no mês passado em Fort Sill, um quartel do Exército dos Estados Unidos em Oklahoma, e já voltou à Europa para aprender sobre o uso do sistema de mísseis defensivo para rastrear e derrubar aeronaves inimigas.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.