“Não encorajámos nem favorecemos ataques fora da Ucrânia, mas, em última análise, cabe à Ucrânia tomar as suas próprias decisões sobre a forma como conduz esta guerra”, afirmou Blinken no final de uma visita de dois dias a Kiev.
A Rússia tem advertido o Ocidente contra qualquer ataque ucraniano ao território russo com armas ocidentais e qualifica como hostis os países que têm fornecido armas à Ucrânia desde a invasão de fevereiro de 2022.
A Ucrânia ataca frequentemente território russo, mas tem dito que usa armas produzidas pela indústria de defesa do país, mesmo que incorporando tecnologia estrangeira.
Blinken anunciou em Kiev uma ajuda imediata à Ucrânia de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
A maior parte da ajuda, 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros), é proveniente do pacote de 61 mil milhões de dólares (56,1 mil milhões de euros) aprovado em abril.
O restante será reprogramado a partir de diferentes contas, disseram fontes oficiais à agência norte-americana AP.
Blinken explicou que o fundo será utilizado principalmente para dotar a Ucrânia de mais armas a curto prazo, através da aquisição de equipamento militar aos Estados Unidos e a outros países.
O dinheiro também financiará investimentos para expandir a capacidade da indústria militar ucraniana de produzir armas, de acordo com a agência espanhola EFE.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na terça-feira a Blinken o envio de dois sistemas de mísseis “Patriot” para defender Kharkiv, alvo de uma nova ofensiva russa desde sexta-feira.
A operação suscitou o receio de um avanço russo contra um exército ucraniano sem recursos e já sob forte pressão nas frentes leste e sul.
O Ministério da Defesa russo reivindicou hoje a tomada de duas localidades na região de Kharkiv (nordeste) e uma na região de Zaporijia (sul).
Zelensky ordenou em seguida o envio de reforços para Kharkiv e cancelou todos os compromissos no estrangeiro nos próximos dias, incluindo deslocações previstas a Espanha e a Portugal.
Antes de deixar Kiev, Blinken também criticou a China por ajudar a Rússia a produzir mais tanques, veículos blindados e mísseis, fornecendo a Moscovo peças e componentes eletrónicos essenciais.
Blinken prometeu que os Estados Unidos continuarão a impor sanções contra as empresas chinesas responsáveis pelos fornecimentos à Rússia.
“A nossa preocupação não é que a China esteja a fornecer armas à Rússia”, disse Blinken durante uma conferência conjunta com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, citado pela EFE.
O que preocupa Washington é “o apoio que a China está a oferecer à Rússia para reconstruir a sua base industrial de defesa de forma a contribuir e a fazer a diferença na agressão contra a Ucrânia”, acrescentou.
A advertência de Blinken foi feita na véspera da visita de Estado de dois dias do Presidente russo, Vladimir Putin, à China, para reforçar os laços com o líder da superpotência asiática, Xi Jinping.
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