O anterior balanço do ataque com um míssil contra a clínica na localidade de Vozesenivski, na terça-feira, apontava para oito mortos e 22 feridos.

O governador de Zaporijia, Ivan Fedorov, afirmou esta manhã, na plataforma de mensagens Telegram, que as equipas de resgate recuperaram o corpo sem vida de uma mulher e acreditam que há uma outra pessoa ainda enterrada sob os escombros.

Horas antes, Fedorov informou que um dos feridos, um homem de 74 anos, tinha sucumbido aos ferimentos no hospital “apesar dos esforços dos médicos”.

O governador afirmou que “não perdoará” o bombardeamento “do inimigo”, que destruiu também um edifício de escritórios no centro de Vozesenivski.

Na quarta-feira, duas mulheres tinham sido salvas dos escombros, depois de terem conseguido usar os telemóveis para ligar aos socorristas.

Em reação ao ataque, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a lamentar a falta de defesas anti-aéreas, algo que tem pedido repetidamente aos aliados ocidentais.

“Atualmente, não dispomos de sistemas suficientes para proteger o nosso país dos mísseis russos. Mas os parceiros têm esses sistemas”, afirmou Zelensky, acrescentando que essas armas “devem salvar vidas, e não acumular pó em armazéns”.

O Presidente ucraniano agradeceu às forças ucranianas por terem atingido “instalações militares no território da Rússia”, bem como instalações energéticas e de combustível.

Um ataque de um drone ucraniano causou na quarta-feira um incêndio numa instalação industrial na região russa de Bryansk, afirmou o Ministro da Defesa russo.

Outro ataque com mísseis ucranianos à cidade de Taganrog, na região de Rostov, danificou uma instalação industrial, disse o governador regional Yuri Slusar.

Um ataque russo já tinha feito 10 mortos em Zaporijia na sexta-feira passada, num contexto de intensificação dos ataques russos contra alvos civis.

Na quarta-feira, um alto funcionário dos Estados Unidos alertou que a Rússia poderia atacar a Ucrânia “nos próximos dias” com o seu míssil hipersónico de alcance intermédio ‘Orechnik’, concebido para transportar ogivas nucleares.

“A Rússia manifestou a sua intenção de disparar um novo míssil experimental ‘Orechnik’ contra a Ucrânia, potencialmente nos próximos dias”, afirmou o alto funcionário norte-americano, citado pela agência noticiosa France-Presse e que falou sob condição de anonimato.

O primeiro lançamento desta nova arma teve como alvo a cidade ucraniana de Dnipro, a 21 de novembro.

“Mas este míssil não é suscetível de inverter a dinâmica no campo de batalha. Tem como objetivo intimidar a Ucrânia e os seus aliados”, referiu a mesma fonte.