Pelas 02:00, quando faltavam atribuir 16 presidências de câmara, o PSD tinha conseguido a liderança de 76 autarquias sozinho e outras 18 em coligação, totalizando 94 presidências de municípios.

Em 2013, o PSD obteve nas autárquicas, sozinho e coligado, um total de 106 presidências de câmara, o seu pior resultado desde que se realizaram pela primeira vez eleições para as autarquias locais, em 1976.

Há quatro anos, os sociais-democratas ganharam 86 câmaras em listas próprias e outras 20 em coligações.

Na sua declaração aos jornalistas, cerca das 23:30, o presidente do partido, Pedro Passos Coelho – que foi o último líder partidário a falar – admitiu que não só o PSD tinha ficado muito longe do objetivo proposto – ter o maior número de câmaras e de mandatos – como ficaria ainda aquém dos resultados de 2013, já “muito negativos”.

Mantendo a posição de que não se demitirá da presidência do partido, por entender que um líder do PSD não pode sair na sequência de resultados de eleições não nacionais, Passos Coelho admitiu, contudo, que irá fazer “uma reflexão ponderada” sobre se irá ou não recandidatar-se à liderança nas diretas do início do próximo ano.

Passos não especificou se terá já uma decisão para anunciar no Conselho Nacional de terça-feira, mas prometeu “não demorar muito tempo”, dizendo que fará essa reflexão com a sua comissão política e também a título pessoal.

Na decisão pesará, explicou, “o interesse do PSD e do país”, avaliando se será vantajoso ou não para o partido mudar a sua estratégia de orientação política na liderança da oposição.

Além dos resultados muito negativos em Lisboa e Porto – Teresa Leal Coelho ficou atrás de Assunção Cristas e, pelas 02:00, não era ainda seguro que ficasse em terceiro na capital -, o PSD perdeu câmaras que não contava perder, embora tenha também ‘roubado’ algumas aos socialistas.

A título de exemplo, o PSD perdeu Oliveira do Bairro (Aveiro) para o CDS, Pedrógão Grande (Leiria) para o PS (embora aqui se tratasse de uma ‘transferência’ do mesmo presidente da Câmara entre os dois partidos), Mirandela (Bragança) também para os socialistas, bem como Bombarral ou Ansião, ambas no distrito de Leiria, ou São João da Pesqueira (Viseu) para um movimento de independentes.

Nas câmaras ganhas, destaque, por exemplo, para Castanheira de Pera (Leira), Porto Santo (Madeira) ou Celorico da Beira (Guarda), Murça (Vila Real) e Ourém (Leiria), todas aos socialistas.

O distrito de Braga será um dos mais vitoriosos no universo ‘laranja’, já que além de reforçar a maioria absoluta na capital do distrito, ainda conquistou duas autarquias ao PS (Terras do Bouro e Amares, esta última em coligação), passando a liderar em 9 dos 14 municípios.

Outra exceção na noite negativa do PSD é o distrito de Viana do Castelo, onde o PSD dobrou para quatro o número de câmaras que lidera ao conquistar Monção e Ponte da Barca, onde o PS era poder há 20 e há 12 anos, respetivamente.

O distrito do Porto não estava ainda completamente apurado mas poderá ser um dos que regista mais perdas para o PSD, que volta a ser terceiro na cidade do Porto, mas com metade dos votos registados há quatro anos.

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