Em declarações ao jornal Público, a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que apoiou Pedro Nuno Santos nas eleições internas do PS contra José Luís Carneiro e Daniel Adrião, expressa uma posição diferente ao atual secretário-geral do PS, embora condicionando-a à capacidade de diálogo do partido de Luís Montenegro.

“O voto do PS dependerá sempre da capacidade de diálogo e de negociação da AD”, antecipa Luísa Salgueiro ao Público.

Para a autarca socialista, o voto do PS no orçamento “dependerá da capacidade da AD de ler, objetiva e democraticamente, os resultados das eleições e a necessidade de encontrar um espaço de convergência que sirva o país e os portugueses, preservando o respeito pela vontade expressa dos eleitores”.

"Os portugueses exigem maturidade política aos seus representantes e, em particular, ao novo Governo”, sustenta, interpretando de seguida o resultado das eleições: “os portugueses expressaram claramente que desejam este equilíbrio negocial, sem exageros e sem extremismos ideológicos”.

Quanto à negociação, se vier a concretizar-se, Luísa Salgueira considera que o PS deve “garantir que o Orçamento do Estado é equilibrado e respeita as linhas de ação económica e social que têm permitido ao país crescer nos últimos anos” e garantir desta forma “o seu compromisso com o eleitorado.

A posição de Luísa Salgueiro afasta-se daquela que tem sido defendida publicamente pelo novo líder socialista, de que "muito dificilmente" o PS poderá viabilizar o orçamento da AD, atendendo às distâncias políticas entre os programas de governo dos dois partidos.

Outro dos socialistas ouvidos pelo Público, o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Ricardo Leão, mostrou-se em total sintonia com a posição de Pedro Nuno Santos.

“Não sei qual vai ser o OE2025, mas partilho inteiramente a opinião do secretário-geral. É quase impossível ser o PS a viabilizar o Orçamento do Estado. Quem ganhou as eleições foi a AD e é a AD que tem de garantir a aprovação do Orçamento”, defendeu.